A data de 20 de novembro é comemorada como dia da consciência negra ou um chamamento para que haja a interação de negros com outras raças.
Necessário porém que se defina concretamente que não é possível termos um dia só para ser comemorado pela raça negra ou por qualquer raça que seja. Todos os dias deveriam ser de comemoração sem distinções se o povo realmente recebesse por parte do governo aquilo que lhe cabe por direito.
O brasileiro seja ele descendente de negro, índio, japonês, português, alemão, italiano ou outra nacionalidade deveria ser respeitado em todos os aspectos como ser humano que luta pela pátria, dá o suor e sangue para que a família e a nação siga em direção a dias melhores.
Ao estudarmos a história e em especial o caso da raça negra alguns pontos chamam a atenção, quanto a participação do negro no mercado de trabalho, na política ou em pontos chaves de governo.
Façamos uma análise simples da situação. Quantos vereadores negros existem no Brasil? Quantos prefeitos negros? Quantos Governadores? Quantos deputados federais? Quantos senadores? Quantos juízes?
Não temos nenhum vereador, não temos prefeito negro nem na Bahia, temos 17 deputados federais e o Rio Grande do Sul teve um governador negro: O melhor nos últimos 20 anos.
Alceu de Deus Collares (Bagé, 12 de setembro de 1927) é um advogado e político brasileiro. Foi deputado federal por cinco mandatos, prefeito de Porto Alegre e governador do Rio Grande do Sul.
Nascido numa família pobre, Collares teve de abandonar os estudos aos onze anos, para trabalhar como quitandeiro. Com dezesseis anos passa a trabalhar como carteiro e mais tarde como telegrafista concursado. Volta a estudar e se forma no curso clássico em 1956, ingressando em seguida na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Muda-se no mesmo ano para Porto Alegre onde, como estudante de direito, ingressa no Partido Trabalhista Brasileiro e se aproxima de Leonel Brizola. Forma-se advogado em 1960.
Temos em Alceu Collares um exemplo de lutas por longo tempo basta ver no resumo acima que passou dificuldades, trabalhou desde muito cedo para auxiliar a família, trabalhou e estudou sabendo que a liberdade vem pelo conhecimento e poder conforme dizia Mandela, e pelo conhecimento conforme o texto bíblico: João 8:32- "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"-
Para adquirir conhecimento é necessário um tempo de busca, de estudos de incansáveis discussões sobre temas decisivos e prioritários que sejam voltados ao bem comum e a melhoria das condições de vida.
Por conta desses pontos procuramos estudar o Estatuto da igualdade Racial para termos uma noção mais precisa dos objetivos desde diploma legal para brindar a raça negra e não vimos em parágrafo algum nada que proíba o negro de estudar, de ser representante de sua raça, nada que o impeça de ser um mandatário público um vereador, prefeito, governador, deputado ou outro cargo. Definitivamente não existe nada que proíba o negro de galgar postos de comando ou de liderança.
Temos sim conhecimento que além dos 17 deputados federais, temos um senador negro, Paulo Paim PT RS e o Ministro Joaquim Barbosa no STF. Portanto, desde o município, até a mais alta corte do país existe possibilidades de termos negros representando o povo brasileiro.
Sem a segregação racial, basta tão somente lutarmos para buscar o lugar ao sol. As conquistas serão alcançadas se tivermos disposição para a luta dizia, Mandela o líder africano.
Ainda de acordo com que prevê o Estatuto da Igualdade Racial o governo que está em débito com o cidadão brasileiro de modo geral, muito mais ainda com os negros basta ver e analisar o contido nos artigos abaixo.
Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.
Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de:
I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social;
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa;
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da discriminação étnica;
O que realmente precisa para que o negro possa alcançar cargos e postos de decisão é que inicialmente se organizem e discutam dentro das próprias comunidades suas necessidades e seus anseios. A solução dos problemas da raça negra está nas mãos da própria raça.
A raça negra conhecendo perfeitamente sua história, a Lei Áurea e a Lei do Ventre Livre deveria colocar em prática estes conhecimentos para seguir em frente em direção a liberdade, estudando, buscando conhecimento, disputando vagas nos cargos de decisão e concursos públicos de igual para igual com outros seres humanos.
E por fim uma sugestão aos remanescentes das comunidades quilombolas em todas as regiões. Unam-se em torno de uma proposta, de uma reivindicação para terem mais poder de negociação. Escolham nomes para representá-los diante dos poderes constituídos. Lembrem-se que nada será alcançado sem luta. Isto faz parte da vida, basta lembrar da história de Zumbi dos Palmares.
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Esta mulher foi presa por furtar comida para os filhos por falta de oportunidade de trabalho. |
Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.
Qual o custo de um grande encontro das comunidades quilombolas para discutir e buscar solução conjunta para seus problemas?