É extremamente
difícil para um administrador
público colocar em andamento projetos quando não se tem a certeza de que poderá e terá tempo
para colocá-los em prática. O muito
que se pode
fazer são trabalhos rotineiros como empilhar e
carimbar papéis, dobrar folhas
e escrever no
verso: “ encaminhe-se ao setor competente para providencias”.
Algumas situações
são colocadas em andamento
mais
para jogo de mídia ou posar para
fotos e
usando os parcos recursos
existentes. Obras de maiores vultos não podem ser realizadas até por que existe um insegurança
no que diz respeito a participação de empresas em leilões
ou licitações, isto quando
não ocorre o jogo de cartas marcadas.
Vamos exemplificar: se tivéssemos uma
obra de revitalização de uma via
de importância significativa como
recapeamento e instalação de canteiros centrais com modernização do
sistema de iluminação, por certo o
volume de recursos exigido seria
alto, e, pergunta-se, se o município não
tem esses recursos
deveria recorrer a
financiamentos, verbas estaduais ou
federais e quais seriam as chances de se obter
esses recursos?
Todas estas
incertezas são decorrentes da
situação política onde
não se sabe quem vai
comandar a administração nos
próximos anos, pela
composição apressada, das equipes
exigidas em cada setores,
com a improvisação tentando se ajustar amadores
como se profissionais fossem chegando a absurdo de inflar
setores com gente sem o
mínimo de preparo ou conhecimento de modo que os profissionais sintam-se
desprestigiados e partam em debandada.
Quando abordamos este assunto nos referimos não só ao
município mas também ao
governo estadual e federal.
No plano federal o perigo é maior
devido o volume de recursos
envolvidos e com os inúmeros setores sem controle,
que levam a administração
ao sobressaltos como o corrido no
Ministério de Esportes, na
gestão Orlando Silva,
com a criação
de ONGs e repasses de
verbas. Até ONGs de familiares do
Ministro receberam verbas.
No Ministério do
Trabalho o ex ministro
Carlos Lupi (PDT) foi afastado
do cargo por irregularidades
com verbas do FAT .
Agora estoura novo
escândalo no M.T.E. com repasses de verbas
para ONGs., onde até a
esposa do próprio
ministro teria manipulado verbas através de uma ONG doméstica.
No Ministério do Turismo o desvio de verbas
foi mais
escabroso ao ponto de se
alocar mais de R$ 30 milhões para municípios
do Maranhão com verbas para
situações sem nenhuma
relação com o turismo
e obra inacabadas como pavimentação de ruas quando na
realidade a verba
deveria ser do Ministério das
Cidades que tem
dotações para
infraestrutura. Aqui um fato
curioso, e, que nos leva a
tentar entender qual é
o grau de dependência ou até mesmo
autonomia de um ministro de turismo se quando deputado ele fez uma festa num motel e
levou as notas para a câmara
pagar.
O ministro do Turismo no governo de Dilma Rousseff havia pedido à Câmara dos Deputados o
ressarcimento por despesas em um motel de São Luís (MA). Indicado pelo comando
do PMDB e aliado de José Sarney, o deputado Pedro Novais (PMDB-MA) apresentou
uma nota fiscal de R$ 2.156,00 do Motel Caribe na prestação de contas da verba
indenizatória de junho.
O motel fica a 20 quilômetros do centro de São Luís. A suíte mais
cara, que leva o nome “Bahamas”, tem garagem dupla e custa de R$ 98 (três
horas) a R$ 392 (24 horas). Segundo a gerente do local, o deputado Pedro Novais
alugou um quarto para fazer uma festa. Ao Estado, o parlamentar admitiu que o
dinheiro da Câmara foi usado para pagar um motel. Ele considerou o episódio um
“erro”.
Não podemos
divagar aqui somente com relação ao plano federal, por que no
estado e nos municípios
acontecem as mesmas coisas,
mas com uma pequena diferença,
como se pedindo notas com
valores a maior, farras em
bordeis como a Mansão
Cassino no Parolin estourada
pela policia civil e Gaeco.
“Na ocasião uma lista com os nomes dos mais de 30 “clientes” presos na Mansão do Parolin sumiu. Agora o Ministério Publica quer saber onde foi parar, inclusive as fotos tiradas durante o estouro do cassino-prostíbulo. A operação-padrão feita à revelia das chefias por 17 agentes da polícia civil vai dar ainda muito o que falar. Por exemplo: quem seria o verdadeiro dono do estabelecimento? Onde foram parar a série de fotos em que aparecem conhecidos políticos paranaenses? Essa mesma mansão já tinha sido alvo de ações da polícia de 2008 a 2011, mas nunca deixou de funcionar. Com alvará e tudo o mais. Há quem aposte que seja um dos “clubes” do deputado Fabio Camargo, em nome de laranjas. O gerente da mansão, conhecido como André, era visto frequentando os corredores da Assembleia. No depoimento, ele foi identificado com “viciado em jogos de azar”. O Gaeco quer saber porque os R$ 3.350 que estavam nos caça-níqueis foram depositados em uma conta judicial em nome dele”
E no plano local a incerteza, a instabilidade e a
insegurança mostra algo indefinido para a população que fica sem saber o que
esperar da administração se ela não tem
certeza do futuro?
Até que ponto é conveniente
para uma parte da população trocar o
voto por favores de depois
ficar na
expectativa de uma definição
judicial. Muitas vezes
os acordos espúrios são para beneficiar amigos ou
parentes e resultam em infrações contra a
administração pública.
Por conta dessas situações quem perde
é da população que precisa de
serviços públicos de qualidade, obras de
infraestrutura, melhorias nas estradas vicinais para escoamento da produção, uma assistência
eficiente na saúde, mais professores concursados e menos a enganação de colocar
estagiários de primeiro ano de magistérios como se professores regentes
fossem.
E por fim, se no caso o
município ingressasse no rol dos que disputam
o título de “capital da eleição” os prováveis
candidatos estariam dispostos
a comprar votos e
a colocar em risco sua
situação política eleitoral com
a suspensão dos direitos políticos por oito anos. E os
que estão acostumados a vender votos até
mesmo trocar por vales de
combustíveis estariam dispostos
a repetir a
façanha? Parcela da responsabilidade por esta anarquia instalada e indefinição
política cabe também aos fornecedores de
compensados, pedra, brita, areia, cesta
básica e outras espécies de propinas em campanhas eleitorais.
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