Quando setor público
brasileiro caracteristicamente de país em desenvolvimento pode ter recursos
escassos para eventualmente
atender a inúmeras necessidades
que vão surgindo com o decorrer do tempo. Com um sistema
fiscal caraterizado por grave ineficiência (não passa de um operador de
máquinas de caça níqueis)
e isso por si só não assegura arrecadação que supere
os gastos desenfreados o que vai
acarretando déficit e com a
gravidade de que o mesmo se avoluma
cada vez mais. Por outro lado,
na relação de trocas com países
avançados o desiquilíbrio aumenta cada vez mais visto
que somos exportadores
de matéria prima
barata, não acrescentamos nada
em termos de valores agregados
e importamos produtos acabados e
tecnologia.
Nesta relação de trocas o diferencial entre índices das exportações e das importações vem como resposta
sobre a capacidade de compra ou poder da exportação
com relação a produtos
importados.
No caso brasileiro caracteristicamente exportador de
matérias-primas ou produtos manufaturados, cujos preços
no mercado internacional não tem um valor significativamente equilibrado ou suficiente para fazer frente aos índices de importações de bens, serviços e equipamentos que o Brasil
necessita para melhorar o nível do
desenvolvimento.
Por conta destes
desajustes o governo vez por
outra a altera a taxa
de cambio, estabelece limites de cotas para compras
no exterior e causa
mais desajustes na economia.
Quando o governo está
desorientado com relação à política cambial temos seguidamente momentos de
variações onde o real se valoriza com
relação ao dólar e vez por outra o governo promove a desvalorização, como aconteceu
nestes últimos anos do governo.
O governo vinha mantendo o regime de política macroeconômica ancorado nas
metas de inflação e de superávit fiscal primário e na flutuação (suja) da taxa
de câmbio. Não obstante, mudanças importantes introduzidas na gestão desse
regime o tornaram mais flexível. Importante lembrar que com o PAC I e PAC
II houve uma taxa mais elevada de crescimento econômico com destaque para a
recuperação da indústria e ainda com a
redução da IPI na indústria
automobilística a demanda por veículos novos aumentou. Não
foi só a indústria automobilística que avançou
mas também a indústria de
caminhões, de maquinas e equipamentos passou a ocupar uma posição
central entre os objetivos dessa política em 2011 e 2012. Além disso, houve uma
ampliação da gama de instrumentos utilizados, que não se limitaram aos
instrumentos convencionais das políticas monetária, fiscal e cambial. E, por
fim, a melhor coordenação entre as autoridades econômicas, em especial entre o
Ministério da Fazenda e o Banco Central do Brasil, possibilitou uma maior
convergência dos objetivos e, consequentemente, uma maior eficácia do conjunto
de políticas implementadas.
“A dívida líquida do
setor público (DLSP) como proporção do PIB prossegue em sua longa trajetória de
queda, ainda que com momentos de estabilidade ou aumento. Isso significa que a
política fiscal está sob controle e que não há necessidade de correção? A
resposta é negativa. A DLSP não está caindo por causa da política fiscal. Na
verdade, há pelo menos dois anos que a política fiscal é fator de pressão de
alta sobre a DLSP. O indicador só continua caindo por conta da ação de outros
fatores os quais mais que compensam o efeito da política fiscal. A afirmação acima pode ser comprovada
recorrendo-se à trajetória de outro indicador de endividamento público.
Trata-se da dívida fiscal líquida (DFL), como proporção do PIB. Esse indicador
mostra qual seria a trajetória da dívida líquida do setor público caso ela
fosse afetada apenas pela política fiscal. A expressão quantitativa da política
fiscal é o déficit público, entendido como as despesas menos as receitas do
setor público. A variação da DFL em certo período corresponde ao déficit
público desse período, pois exclui qualquer outro fator que não tenha relação
com a condução da política fiscal, mas afeta o endividamento público. Aferida
em relação ao PIB, a DFL depende ainda da evolução do produto da economia. Caso
o crescimento da economia seja positivo, a estabilidade do indicador é
compatível com algum déficit público, mas quanto menor o crescimento, menor
esse déficit”.
Quando o governo mascara
as contas públicas existe um risco muito grande
de remanejamento de verbas de um setor para outro,
falta de recursos como acontece
na Saúde Publica, com
administrações de hospitais particulares
falando em romper convênios
com o SUS
por questões financeiras.
Um governo que gasta mal paga duas vezes. Não existe uma obra sequer
com verbas federais que não
sejam necessários Termos Aditivos.
Nenhum banco no Brasil cresceu tanto quanto a Caixa Econômica Federal
nos últimos três anos. Impulsionada pelo Tesouro Nacional, a Caixa ampliou 150% os empréstimos, abriu
mais de 1 000 agências e elevou o total de clientes 37%.
A pisada no acelerador garantiu ao
governo resultados importantes na área social, como o financiamento de
2 milhões de moradias populares, e deu fôlego à expansão do consumo apoiada em
crédito. E também foi positiva para a Caixa, que elevou seu lucro 48% desde
2011.
A sintonia entre o banco e o Tesouro
durou até 2013, quando o descontrole nas contas públicas ficou evidente. Aí o
governo passou a usar a Caixa de outra forma: como uma instituição que devesse
gerar recursos para ajudar a tapar os buracos do orçamento, política que está desorganizando as finanças do banco
e, segundo EXAME apurou, prejudicando empresas que têm contratos com a
instituição.
Em outubro de 2013, o Tesouro começou
a reter recursos que deveria repassar à Caixa — que vão desde as verbas usadas
para subsidiar os financiamentos do programa Minha Casa Minha Vida, de moradias
populares, até o dinheiro sacado por quem recebe os benefícios do Bolsa
Família.
Um levantamento feito pela Consultoria
de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, a pedido de
EXAME, mostra que, só no caso do Minha Casa Minha Vida, são 37,3 bilhões de
reais acumulados a pagar. O governo reconhece que deve esse montante à Caixa,
mas não dá previsão de quando fará o desembolso.
Além disso, o Tesouro reduz sua conta
com o banco atribuindo uma parcela dos recursos à antecipação do pagamento de
dividendos que a Caixa faria à União. Mas, apesar da justificativa, o fato é
que a água chegou ao pescoço, e a Caixa está fazendo o que pode para conseguir
o dinheiro prometido.
Segundo EXAME apurou, a Caixa recorreu
à Câmara de Conciliação e Administração Federal da Advocacia-Geral da União
(AGU) pedindo que quatro ministérios — Agricultura, Cidades, Desenvolvimento e
Trabalho, liberem os recursos do Tesouro que estão retidos em suas contas e
deveriam financiar os programas sociais operados pelo banco. São seis processos
em tramitação.
Procurada, a AGU informou que “foram
realizadas 15 reuniões de conciliação, e as matérias continuam em fase de
instrução”, ou seja, o assunto continua sem conclusão. O Ministério das Cidades
diz que “o fluxo dos pagamentos do Minha Casa Minha Vida está normal”. A Caixa,
o Tesouro e os demais ministérios não deram entrevista.
A falta de dinheiro fez com que a
Caixa atrasasse os pagamentos às construtoras e incorporadoras responsáveis por
obras do programa Minha Casa Minha Vida. De acordo com executivos de companhias
ouvidos por EXAME, em 2013, os atrasos variaram de 15 a 30 dias.
Em março, os empresários resolveram
fechar um acordo com o banco “institucionalizando” o atraso, para conseguir ter
alguma previsão de fluxo de caixa: as construtoras pequenas e médias aceitaram
receber 15 dias após o prazo; e as grandes, 21 dias depois. O acordo foi
cumprido até novembro. No mês seguinte, já havia companhias há quase dois meses
sem receber.
No início de dezembro, representantes
do Sinduscon, que reúne mais de 1 000 construtoras paulistas, e da Câmara
Brasileira da Indústria da Construção reuniram-se com os ministros das Cidades,
da Fazenda e do Desenvolvimento e também com Arno Augustin, secretário do
Tesouro, para tentar resolver o impasse. “Foram conversas de cavalheiros que
não deram em nada”, diz um associado do Sinduscon. No dia 11 de dezembro, o
Sinduscon comunicou publicamente que as empresas atrasariam o pagamento do 13o
salário por falta de recursos.
Além da questão financeira, há uma
questão legal. A Lei de Responsabilidade Fiscal determina que bancos públicos
não podem financiar o governo — e, para especialistas como o economista
Mansueto de Almeida, é o que o Tesouro está fazendo ao deixar de repassar
recursos à Caixa.
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