sábado, 19 de janeiro de 2013

O município que temos e o município que sonhamos I



Seguidamente lembramo-nos da parábola “Como mudar o mundo” e ficamos preocupados  se realmente o povo quer mudanças.  Na parábola o  filho pequenino  dá uma  lição  no pai dizendo que para consertar o mundo bastaria  consertar o homem. 

- Pai, você me pediu para consertar o mundo, não foi?Como estava muito difícil de entender aquelas gravuras, resolvi  virar as peças do outro lado e percebi que atrás delas havia partes de uma figura de um homem. Achei mais fácil consertar o homem do que o mundo,quando consertei o homem,virei a figura e tinha consertado o mundo,foi fácil pai.

-  Naquele momento o pai entendeu que para consertar o mundo,era preciso consertar o homem.Então,concluiu que para transformar o mundo que está a sua volta,é preciso primeiro transformar-se a si mesmo.E assim ,ele pôde concluir a sua tese.

Pois bem, em tempos de campanha política ouvimos repetidas vezes  falar em gestão participativa, orçamento participativo  e outras coisas mais. Todavia, ao vencer a luta pelo poder  aplicam-se o  conceito do “ faça o que eu mando e não faça o  que eu faço”.

Desta forma  aparece homens com super poderes, tipo Incrível Hulk  empunham a espada em direção ao alto e  gritam: Eu tenho a  força!

O que eles querem dizer com isso? Acabou a conversa de orçamento participativo, gestão participativa e agora as coisas serão como eu quero.  
Começa a despertar inveja, ciumes e tentativas de impedir surgimento de novas lideranças. E se alguém tomar a iniciativa e por em marcha algum projeto o Incrível Hulk  diz:  por que não  falou comigo?  Eu tinha que ver isso, eu tinha que saber isso antes.  

Não bastasse estas atitudes ainda é possível que o Incrível Hulk  manipule as coisas de modo a tirar  de seu caminho essas  novas  lideranças que estão surgindo como se fossem ameaças e mesmo que ele já tenha os dias contados ou saiba que  não  será  eterno.

Digo isto por que atuando desde 1991, com  reciclagem e especialização em gestão estratégica municipal até hoje eu nunca vi   tantas  aberrações com  temos por aqui no que diz  respeito a  sufocar novas lideranças.  Sufoca-se novas lideranças nos partidos,   na câmara, nos departamentos  tudo em nome do Eu Centralizador, ou aqui quem pode aparecer é só Eu. 

Na maioria das vezes o centralizador não  sabe tudo, mas tem intenção de carregar  o piano  sozinho ou  navegar em águas   desconhecidas com os pés em dois ou  três barcos  ao  mesmo  até cair nas águas.

Vamos a casos  práticos:  Por que não  existe um  setor  próprio e autônomo  para tratar de esportes?  Esporte não é prioridade?  Não  seria o esporte uma das alternativas para afastar as crianças, jovens e  adolescentes  das  drogas?

A grande questão é: se um diretor de esporte precisar desenvolver um projeto na sua área ele terá autonomia ou deve sempre pedir autorização para outro setor ou  chefe?

Se no caso ele conseguir em nível de estado ou governo federal verbas a quem ele deve se dirigir e pedir para dar andamento aos projetos?   

Outro exemplo, se no Turismo a pessoa é capacitada, tem vontade de desenvolver excelentes projetos e buscar apoio em instituições públicas ou privadas quais as chances de seu trabalho prosperar sem reprimendas, retaliações ou perseguições ou ainda ser substituído por outra pessoa?    Será que valeria a pena estas tentativas de supressão de valores veladas?

Assim o Esporte e o Turismo são extremante importante para o bom andamento de uma administração pública de resultados, como promoção de grandes eventos buscando apoio das Secretarias Estaduais de Turismo ou no Ministério de Esportes e ainda o Turismo que tem um potencial enorme a ser explorado e até agora, nada foi feito apesar muitos já terem passado por este setor.  

Resta saber até que ponto existe interesse que os dois setores se desenvolvam sem ficar debaixo das asas de setores onde por força de circunstâncias ocorre centralização de decisões e só se delegam  pepinos.

Pelo  estado de conservação das placas o  visitante pode imaginar a  quantos  anos a  área  está abandonada 
Uma secretaria extremamente importante é a  indústria e  comércio  que de há muito deixa a desejar com relação a atuação estratégica deixando  transparecer uma  visão míope  que só enxerga  fila do caixa de banco no  fim de mês.  Alguém poderia citar alguma ação positiva deste setor nos últimos 30 anos? Quantas  empresas  novas nestes  últimos 12 anos? Quantos metros  de área industrial  existe?  Se é que dá para chamar aquele  fundo de vale de área  industrial. 

É urgente a  aquisição e locação de uma  nova  área e trabalhar toda a  infra-estrutura  se é que realmente  teremos incentivo para instalações de novas empresas  e apoio as que já estão  funcionando, a  exemplo de Móveis Fernando  e Cedro  do Líbano que estão com   capacidade produção estranguladas por falta de espaço  físico. Importante lembra que nenhum deles, nem pediu para falamos algo a  respeito. 

Digo isso por que ouvimos muito  falar em incubadoras  empresariais e nada de concreto foi  realizado. Há de se convir que este  setor é um dos exige uma dedicação  mais efetiva  de  seus diretores  sem esta  idéia  de espalhar   tudo e não concluir.

Neste caso, ao se implantar uma  área industrial  decente com toda  a  infra-estrutura certamente o resultado  será amplamente positivo com a implantação de novas a empresas.

Como no resumo da parábola acima, extremamente difícil mudar a mentalidade humana e, por conseguinte quem perde com isso é o município que continua nesta rota da multiplicação da miséria e ignorância e não alcança a  emancipação da população carente. População carente e sem formação só interessa  para políticos mal intencionados.

Por outro lado, é possível vermos este tipo de situação por conta de que muitas  pessoas  gostam de usar outros como  bengalas  ou como suportes para se sustentar, parecem que o brilho  dos outros ofusca o seu.
Quando aquelas pessoas que tem  iniciativa e vontade de trabalhar terão  apoio suficiente para  desenvolve seus  projetos?

O que falamos aqui não é nenhuma novidade, basta ver a mais de 500 anos Maquiavel descreveu na obra o Príncipe, de maneira preciosa estas dificuldades.

“Não há algo mais difícil, nem de êxito duvidoso ou perigoso, do que iniciar-se uma nova ordem de coisas, por que o reformador tem inimigos em todos aqueles a quem a ordem antiga beneficiava e somente tímidos defensores naqueles que poderão tirar proveito da nova ordem”. 
“Esta fraqueza nasce parcialmente do medo dos adversários parcialmente da incredulidade dos homens que não acreditam verdadeiramente em algo novo senão depois de uma firme experiência”.          Maquiavel (1469 – 1527)

Sonhamos tanto em termos uma administração pública eficiente e sem rateios da capitania hereditária entre parentes ou para melhor entendimento, livre da maldição do nepotismo escancarado e vergonhoso, onde o  chefe coloca  os seus parentes para maltratar o  contribuinte pela falta de preparo, soberba, arrogância e prepotência.



Sonhamos também  não  usar escravos sociais,  que trabalham  pela   cesta  básica aos finais de semana  e de outros que recebem por  RPA como se autônomos  fossem.

Um fato nos chama a  atenção, se no ano de 2012  houve concurso,  homologado o resultado e classificação dos  aprovados  qual a razão para contratação de comissionados contrariando o principio constitucional.

A Constituição Federal e as demais Cartas Constitucionais dos Estados, bem como as Leis Orgânicas dos Municípios brasileiros, expressam em textos cristalinos que, o acesso ao Serviço Público dar-se-á através de concurso de provas e de títulos e as nomeações por ordem de classificação.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O município que temos e o município que sonhamos



Ao pensar  no  que tratarmos neste  artigo vieram  a nossa  memória algumas idéias, alguns problemas  já passados e alguns problemas  recentes.

É impossível acreditar  que alguém em sã consciência  aposte no  fracasso de uma administração  como se de alguma  forma isto trouxesse resultado benéfico  coletivo. Ao agir e pensar  assim o individuo mostra que não  passa de um  desvairado ou desequilibrado  a  ponto de preferir  que o negativo interfira e  redunde em prejuízos para trombetear aos  quatro cantos  amaldiçoando uma  gestão.

O que certa e urgentemente precisamos é romper com o atraso, com a reprodução da  miséria e ignorância e buscar um cenário de crescimento via integração competitiva e modernidade que possibilite alternativas e conseqüências. Isto  certamente nos levará em busca de um desenho novo  voltado para  tecnologia de ponta, novas plantas industriais com avanço e modernização  aproveitando o potencial que hoje  o  IFPR  e outras  instituições oferecem.   Bom lembrar que  além do Curso de Engenharia do IFPR  temos  também laboratórios que poderiam  ser melhores  empregados se assim interessar ao administrador público.  Não  conhecemos  nenhuma  IES que seja  voltada  tão somente  para o público interno.

Afora esse  potencial  temos  ainda uma  unidade do exército que nunca foi  consultada  para ver a possibilidade  de contribuir para o desenvolvimento do município, pelo  contrario privilegia-se e  faz-se  camaradagens contratando e  terceirizando   serviços. E pelo sabemos o EB  tem um programa de ACISO (Ação Cívico e Social) que já foi  colocado em prática em diversos pontos  do Brasil.

Vamos a um caso em específico que a Companhia de Engenharia poderia trabalhar e  resolver  a  lagoa da Hípica  que precisa de limpeza e tratamento e a preparação ou construção de para um parque ambiental.

E ainda, precisamos dar uma maior atenção a economia informal ou alternativa, incentivando, treinando, reciclando para alcançarmos melhores resultados.  Pouco se tem feito em termos de treinamento de mão de obra e isto podemos ver na construção civil onde ouve um avanço significativo  nos últimos três anos e a dificuldade maior  é encontrar recursos humanos capacitados.   

Já abordamos em outras  oportunidades   a necessidade de rompimento com  o cenário anterior, da mentira, da enganação, do paternalismo, do populismo  antagônico  e ao invés de promover-se pequenas  doações com ranço de caridade, dar  melhores condições de vida,  de renda  para a população.

Uma pergunta deve ser feita. Até que ponto é benéfico fazer doações?  De que adianta uma vez por mês reunir uma parcela da população em volta de um caminhão e distribuir sacos  de alimentos. Essa  fatia da população nunca será emancipada?  Nunca será liberta?

Quem assim age distribuindo caridades como se fosse a solução dos problemas da população está contribuindo muito fortemente para a permanência deste estado pernicioso de reprodução da miséria.  Sem avanços nesta área criam-se privilégios espaciais para uma parcela da população e empobrecimento real ou relativo dos outros aproximadamente trinta por cento.  

Se não existe uma melhoria distribuição de renda por conta destas caridades, nunca teremos o crescimento econômico, considerando que uma  população sem poder aquisitivo não  tem poder de consumo.

Desta forma resta rompimento ou substituição do cenário anterior do paternalismo, populismo por um cenário da modernização estratégica com a implantação de uma ou mais áreas industriais de diferentes segmentos com indústria de ponta seletiva em função da capacitação tecnológica com apoio de IFPR, basta tão somente buscar  convênios com a IES e  com outras  instituições como SENAC e  SENAI.

De fundamental importância discutir-se a recuperação da terra, a diversificação da atividade agrícola, produtividade no campo e industrialização da agropecuária.

O que temos hoje é um quadro um tanto critico de má distribuição de renda que não permite o fortalecimento do mercado, não oferece novas oportunidades de empregos com novas perspectivas, falta da segurança para as pessoas alheias ao  mercado de trabalho e sem perspectivas de diminuição dos privilégios e eliminação da marginalidade e também com relação a melhoria da qualidade de vida.

O que prevalece é a postura de resistência e boicotes, acirramentos dos conflitos e revoltas e difícil, porém não impossível uma nova reposição, aceitando os resultados das urnas, assumindo nova estratégia de negociação e pressão em termos de se buscar nova mentalidade urbana, tamanho da cidade e condições de vida.

Por outro lado, é preciso uma carga de trabalho mais intensa por parte dos Conselhos Setoriais com uma efetiva  metodologia participativa, organização e nova articulação das lideranças e instituições estratégicas.

 “ Não há algo mais difícil, nem de êxito duvidoso ou perigoso, do que iniciar-se uma nova ordem de coisas, por que o reformador tem inimigos em todos aqueles a quem a ordem antiga beneficiava e  somente tímidos defensores naqueles que poderão tirar proveito da nova ordem”.
“Esta fraqueza nasce parcialmente do medo dos adversários parcialmente da incredulidade dos homens que não acreditam verdadeiramente em algo novo senão depois de uma firme experiência”.          Maquiavel (1469 – 1527)