De há muito temos provocado discussões sobre a situação do município que está próximo de completar 140 anos de emancipação e tem a mancha
de manter aqui o maior bolsão de miséria, 12% da
população morando em favela e a
pior renda per capita da região.
Amargamos uma situação triste
que até veio como resquício
do arcaico modelo de capitânias hereditárias
do tempo
do império, onde o donatário, tinha todo
o poder e decidia
quem devia ser perseguido, preso,
julgado e condenado. Tinha
também o donatário o poder para
repartir com familiares e
amigos os bens da capitania e assim agia
por que o povo era composto por índios que foram
enganados por portugueses que aqui chegaram em 1500 e trocavam
lixo por ouro, por pau brasil e outras riquezas. A população passou a ser composta também por negros escravos que trabalhavam
de sol a sol pela comida e
pouso e ainda uma parcela que vindo
de Portugal eram composta por degredados, prostitutas. Os portugueses exploram também crianças.
Explica-se: Durante a época das grandes navegações, muitas crianças
trabalhavam nos navios portugueses como grumetes. Era assim que os aprendizes
de marinheiro eram chamados. Vinham de famílias pobres e faziam o trabalho
pesado do navio. Costumavam ser maltratados pela tripulação e recebiam duros
castigos por qualquer motivo. O grumete Martins (fictício)dizia:
Aqui tem passageiros de todos os tipos, portugueses, árabes,
indianos, soldados, astrônomos, frades franciscanos e até alguns degredados
mal-encarados que só vão fazer a viagem de ida. Ainda bem!
Desde
a emancipação do município já experimentamos de tudo, até mesmo governos que loteavam
município e doavam os terrenos para
amigos e parentes para se manter
no poder. São inúmeras cartas de datas que têm uma
ou duas origens, mas com objetivo bem definido do ponto de vista de quem doava, manter o
beija mão e o beneficiado que
ficava devendo obrigação o resto
da vida.
Hoje,
para manutenção deste câncer usa-se de todos os meios desde a maldição de
compras de votos com os mais perniciosos costumes como doar
cesta básica, areia, terra, pedra,
madeira, compensados, dentadura, bengalas, cadeiras de rodas, remédios, pagamentos de conta de água, luz e até passagens de ônibus.
Devemos contar ainda que em épocas de campanhas temos o
agravante de que boa parcela da população carente, fica até
altas madrugadas esperando
pelo barulho de um carro se aproximando para abrir a
janela e correr receber
a cesta básica. Isto não mais é que a
manutenção da cultura da miséria e
ignorância. O pior é que o mau político sabe usar isto muito
bem e a disputa por estes votos
muitas vezes chega próximo da guerra entre grupos
muitas vezes armados que cercam as comunidades carentes
para manter a reserva de curral eleitoral.
Interessante
que até mesmo para
criticarmos essas situações corremos o risco ou
ameaças de violência por parte de
quem é costumeiro e vezeiro destas
práticas ilegais.
Se
a população está cansada com
estado de abandono por que passamos
de modo geral em todos os
setores, temos agora talvez
a última chance
de corrigir e mudar este
tipo de situação. Antes de qualquer coisa é preciso mudança de mentalidade e esta
só poderá ocorrer se nos libertarmos dos erros do passado. É preciso
abandonar o sistema de capitanias hereditárias e partirmos
realmente para um governo
democrático, que a principio
deveria ser “ do povo pelo povo e para o
povo” e
o político de modo geral fosse
um agente de representação e defesa
do povo e não de repressão.
Mudança
de mentalidade implica em dizer: Chega! Não
devo mais obrigação para ninguém.
Pago todos os meus
impostos e quero prestação
de serviço de qualidade. Já
elegemos muita gente neste modelo
superado de pequenos favores e o município
está mantendo um atraso de mais de quarenta anos se comparados muitos municípios da região. Não vamos aqui colocar números,
índices para comparações
se assim fosse , compararia
com Pato Branco e Francisco Beltrao que
tem a metade da idade, ambas tem uma
população em dobro
que Palmas e Bom Sucesso que tem
rende per capita superior a R$ 1.000,00.
De todas as cidades da região
Palmas é a única que tem favelas.
O
mais triste de tudo isso é que justamente a população carente é que mais sofre
pela falta de retorno de tantos impostos pagos, população esta que
enfrenta filas em madrugadas nos
postos de saúde , que não é atendida
por médicos, mas por pessoas
muitas vezes despreparados que
até fazem a triagem
e entregam receitas
sem que o médico veja a pessoa.
Outros fatos também devemos abordar, como o SAMU
que entre as bases da região é o
que teve o maior número de atendimentos,
com muitos casos
extremante graves em que os Samuzeiros salvaram as vidas. Quanto
custa uma vida?
Bem mais que os R$ 0,80 (oitenta centavos ) per capita que o município deve repassar para CIRUSPAR. Observe-se que algumas mentes doentes acham que o SAMU é inútil e caro como se eles tivessem tirando dinheiro do próprio bolso para repassar o que é devido de acordo com a Assembleia Geral de Fundaçao bem como o Estatuto do CIRUSPAR.
Quanto ao Hospital Santa Pelizzari abordamos o tema
da assistência por que tivemos conhecimento, assistimos casos, levamos pessoas da nossa família
e em todos os casos
que soubemos o atendimento foi exemplar,
por que os profissionais que lá trabalham desde o mais humilde, secretaria, técnicos enfermeiros, médicos bem como a administração do
hospital tem demonstrado respeito
pela população. Todos mostram que gostam do trabalho ou do que fazem.
O
município precisa de administração que
busque resultados, esquecer ranços, sem ficar
criticando a administração passada,
por que águas passadas não movem
moinhos, sem fantasias, por que as fantasias ficam bonitas em carnavais mas duram só 4 dias, com profissionais bem pagos
para tenham motivação para o trabalho
e não fujam
do contribuinte, concursos para professores e evitar
colocar em salas de aulas
estagiários de primeira série
de magistério como se fossem
professores regentes.
Qual é
a razão que temos tanta
gente se formação na área
de saúde lotadas no
Posto de Saúde? O administrador público
já pensou em uma audiência pública envolvendo a população, colaboradores da
área de saúde como técnicos,
enfermeiros e médicos para discutir
os problemas. Não pensamos nisto ainda?
Ah! Então devemos parar
de falar em democracia, por
que na democracia a gestão
é compartilhada, vereadores e
prefeitos e funcionários públicos são pagos pelo
povo, pressupõe-se que são
empregados do povo, caso
contrário perpetua-se o modelo pernicioso de capitanias hereditárias.
O que temos visto nas repartiçoes são ofensas quando simplesmente colocam pendurados nas paredes cartazes fazendo enquadramento do contribuinte como marginal.
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
O famigerado aviso "Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela" (Art. 331 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40), comum, principalmente, em órgãos que oferecem serviços da Saúde está com dias contados. A comissão de juristas que prepara o novo Código Penal propôs ao Senado, por maioria dos votos, a revogação do crime.
Por
quais motivos temos chefes
em todos os setores que não
sabem qual é a missão e os objetivos
dos setores? Por que um setor de grande importância tem como
chefe uma pessoa que
não sabe a diferença entre uma
escada e um poleiro? Por que
tantos amadores com funções
que devem decidir?
Observe-se que
colocamos no primeiro parágrafo,
De há muito temos provocado discussões
sobre a situação do município que está próximo de completar 140 anos de emancipação e tem a mancha
de manter aqui o maior bolsão de miséria, 12% da
população morando em favela e a
pior renda per capita da região.
Estes erros
se repetem a cada gestão e temos observado isto desde
que junto com alguns
colegas economistas, arquiteta, advogados, professores e alunos do
D. Carlos que atuaram como pesquisadores e
todos os setores
envolvidos na pesquisa elaboramos o Primeiro Plano Diretor
do Município em 1991.
Que município
queremos? Temos agora talvez
a última chance
de corrigir e mudar este
tipo de situação.