quarta-feira, 24 de abril de 2013

O desenvolvimento socioeconômico ou a manutenção da miséria




Ao pensar sobre o que escrever lembramos-nos dos anos 60 e muitas aberrações  que figuraram  no plano político como  programas de ajudas eivados de segundas intenções  e do famoso  rabo preso, por conta  disso  deixo aqui um desafio para aqueles  que se dizem   conhecedores  e que lutam para defender os interesses  da população.

Quantos desses  defensores  pensam  no próprio umbigo, na própria conta   bancária,  na renda familiar?
Voltemos aos anos 60  para fazermos uma analise e  comparar  com o quadro atual de reprodução da miséria e da ignorância.  Preocupado com a possibilidade de avanço da extinta URSS  União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, surgida em de 1922.

Para  tentar conter  o avanço soviético  e ainda  frear  a  revolução cubana os EE UU governado  por John Kennedy e estender bases  militares por todo o mundo,  esta  é a ideia de manutenção do poder sufocar lideranças,   criaram  um  programa de ajuda  aos chamados países em desenvolvimento  o tal  “ Aliança para o Progresso”,  embutido  dentro do Plano Marshall.   Na  realidade eles  queriam   colocar seus marines  onde fosse possível  como  citado por Eduardo Galeano em As  veias  abertas da America Latina  que diz:   “Dentes  de sabre   sobre a  América”.

O programa “Aliança para o Progresso”, disfarçado de ajuda  trazia embutido apoio a programas educacionais,   assistência no  trabalho de controle da natalidade, apoio às medidas destinadas a elevar a produtividade rural. Como todos  os programas  desse  tipo    foi  mais um  que não alcançou   resultados práticos  com  relação a  emancipação das populações, mas  simplesmente  comprometeu mais. 

Este  plano carregado de paternalismo e populismo  trazia  também a necessidade de se cadastrar populações  carentes (favelas) que depois  receberiam  cobertores, leite, em pó, queijo e óleo  comestível tudo estes  alimentos em embalagens  de 18  litros ou  quilos.  O povo favelado  ficava a  espera  que alguém passasse em frente aos  suas  moradias  para  receber  a  tal ajuda.  Isto  quer dizer  que não houve emancipação  desta  população  mas que simplesmente se agravou  este  quadro de miséria.

Dia  desses ao conversar  com o  prefeito ele perguntou  se comparado com  outro  município  da região quantos  anos  temos de atraso  ao que respondi que no mínimo 50 anos  e ainda pior  que nos anos  60   não  existia  favelas  por  se tratar de economia extrativista madeireira famílias  inteiras moravam  em pátios  de antigas serrarias no  interior  e  lá  tinha uma  capela, uma  escolinha, um  salão de festas, um  pequeno armazém e o patrão  fornecia moradias.

Com a queda da atividade extrativista esse  pessoal todo  foi deslocado  para  as periferias das  cidades e  passaram a  viver  em favelas, prato  cheio  para maus  intencionados compradores de votos com um pacote  de comida. Iniciou-se então  o êxodo rural.

Vejamos agora em que avançamos  com relação  ao programa  Aliança para o Progresso:
Apoio a programas educacionais, assistência no trabalho de controle  da natalidade, apoio às medidas destinadas a elevar a produtividade rural”.

A  começar pela educação este  quadro só  vai melhorar quando  os profissionais  de educação forem  valorizados e as  escolas  não  forem  usadas  como  depósitos de crianças. De nada adianta uma construção suntuosa com profissionais mal remunerados, cheias de erros no projeto e falhas em sistemas  elétricos e sanitários.

Quanto ao controle da natalidade deixo aqui  um  questionamento  para  nossas a autoridades. Qual é  o IN  índice de natalidade? IM   índice de mortalidade? E o CNV  crescimento  natural ou vegetativo da população.

Poderíamos criar também outro índice para ver  quantas  garotas  menores de 14 anos   deram a luz este  ano ou no ano de 2012.  Então este quadro mostraria  que trabalho de controle de da natalidade não   existe.  Para muitos  é interessante que a reprodução da miséria e ignorância continue   a passos largos em direção ao abismo.

E  agora  vamos ao  setor rural  que de  há  muito sofre  por falta de estradas,  de preços básico de custeio, com problemas  climáticos, quebra de safras.   A  quanto  tempo vemos  isso? 

Qual é o IDH (Índice  de Desenvolvimento Humano) atual  do Paraná, dos nossos municípios em casos particulares de municípios que não  crescem, não tem orçamento necessário para cumprir programas  de  desenvolvimento,   mas foram  criados  para  satisfazer o ego no plano político   ou serem  transformados em cabidão de empregos.

A região sudoeste   nos anos 90  "tinha"   quatro municípios  mergulhados nos bolsões de miséria (...) onde mais de 15% da população sobrevivia com até um  salário  mínimo.

Quantos são os municípios que crianças são obrigadas a andar quilômetros para   chegar  até um local onde passe  um veículo que as transportem para a  escola?  Quantas  crianças deixam  de ir para a  aula por que  em dias  de chuvas  e  frio  não tem sequer um abrigo no ponto  para esperar a  condução?

A população de modo geral precisa de emancipação, ou seja, deixarmos de lado o paternalismo escravizador e alienador, doador de cestas  básicas, dentaduras, bengalas  e ensinar a  pescar  e de quebra  criar   condições ou tempo favorável  para pescaria  por que hoje o mar não está para peixe.  
Não  temos empresas  que absorvam   a mão de obra disponível por que não  tem qualificação, sem melhorar a  renda das famílias não existe menor possibilidade de crescimento  da  economia. Não existe desenvolvimento social e econômico quando parcela da população sobrevive na miséria.

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