domingo, 20 de outubro de 2013

O município que temos e o que queremos


De há muito  temos provocado discussões   sobre a situação do município  que está próximo de completar   140 anos de emancipação e  tem a mancha   de manter aqui o maior bolsão de miséria,  12%  da população   morando em favela e a pior  renda per capita da  região.

Amargamos uma  situação   triste  que até   veio  como   resquício  do arcaico modelo de capitânias hereditárias  do tempo  do império, onde o donatário, tinha todo  o poder  e  decidia  quem devia  ser perseguido, preso, julgado e  condenado.   Tinha  também o   donatário o poder  para   repartir com  familiares  e  amigos  os bens da  capitania e assim  agia   por que o povo era   composto  por índios  que foram   enganados  por portugueses  que aqui chegaram em 1500  e trocavam lixo  por ouro, por pau  brasil e outras  riquezas. A população passou a  ser composta  também  por negros escravos que trabalhavam de sol a  sol  pela  comida e  pouso  e ainda uma parcela  que vindo  de Portugal eram composta por degredados, prostitutas. Os portugueses  exploram  também crianças.

Explica-se: Durante a época das grandes navegações, muitas crianças trabalhavam nos navios portugueses como grumetes. Era assim que os aprendizes de marinheiro eram chamados. Vinham de famílias pobres e faziam o trabalho pesado do navio. Costumavam ser maltratados pela tripulação e recebiam duros castigos por qualquer motivo.  O grumete Martins (fictício)dizia:
Aqui tem passageiros de todos os tipos, portugueses, árabes, indianos, soldados, astrônomos, frades franciscanos e até alguns degredados mal-encarados que só vão fazer a viagem de ida. Ainda bem!

Desde a emancipação do município já experimentamos de tudo, até mesmo governos  que  loteavam município e doavam os terrenos para  amigos e parentes   para se manter no poder.  São inúmeras cartas de datas  que têm uma  ou   duas origens,  mas com objetivo bem definido  do ponto de vista de quem doava, manter o beija mão e o   beneficiado  que  ficava  devendo obrigação o resto da vida.

Hoje, para manutenção deste câncer usa-se de todos os meios desde a maldição de compras de votos com os mais perniciosos costumes como  doar   cesta  básica, areia,  terra, pedra,  madeira, compensados, dentadura, bengalas, cadeiras de rodas, remédios,  pagamentos de conta de água, luz  e até passagens de ônibus.  
Devemos contar  ainda que em épocas de campanhas temos o agravante de que boa parcela da população carente, fica  até  altas  madrugadas esperando pelo  barulho de um carro  se aproximando para  abrir a  janela e  correr   receber  a  cesta  básica. Isto não  mais é que a  manutenção da cultura da miséria e  ignorância. O pior é que o mau político sabe usar  isto muito  bem e a  disputa por estes  votos  muitas  vezes chega  próximo  da guerra entre  grupos  muitas vezes  armados  que cercam as comunidades   carentes  para manter a  reserva  de curral eleitoral.

Interessante que até  mesmo  para  criticarmos essas  situações corremos  o risco ou  ameaças de violência  por parte de quem é  costumeiro e vezeiro  destas  práticas  ilegais.

Se a população está  cansada  com   estado de abandono por que passamos  de modo  geral em todos os setores,   temos  agora  talvez a  última   chance  de corrigir e  mudar  este  tipo  de situação.  Antes de qualquer coisa é preciso  mudança de mentalidade e  esta  só  poderá ocorrer  se nos libertarmos  dos erros do passado.  É preciso  abandonar o sistema de capitanias hereditárias  e partirmos  realmente  para um  governo  democrático, que  a principio deveria  ser “ do povo pelo povo e para o povo”   e  o  político de modo geral  fosse  um agente de representação e defesa  do  povo e  não de repressão.  

Mudança de mentalidade implica em dizer: Chega!  Não devo mais obrigação para ninguém.  Pago  todos  os meus  impostos  e  quero  prestação de serviço  de qualidade.    Já elegemos muita gente neste modelo  superado de pequenos favores e o  município está mantendo um atraso de mais de quarenta anos se comparados muitos  municípios da região.  Não vamos aqui colocar  números,  índices  para  comparações  se assim  fosse ,   compararia  com  Pato  Branco e Francisco Beltrao  que  tem a  metade da idade,  ambas tem uma  população  em  dobro  que Palmas  e Bom Sucesso  que tem  rende per capita  superior a  R$ 1.000,00.  De todas as cidades da região  Palmas é a única que  tem favelas.

O mais  triste de tudo  isso é que justamente  a população carente é que mais sofre pela   falta   de retorno de tantos impostos  pagos, população esta   que  enfrenta filas em   madrugadas nos  postos de saúde , que não   é atendida  por médicos, mas por pessoas  muitas  vezes despreparados que até  fazem  a  triagem e  entregam   receitas  sem que o médico veja a pessoa.

Outros  fatos também devemos   abordar, como  o SAMU  que entre as bases  da região é o que  teve o maior número de atendimentos, com  muitos  casos  extremante  graves  em que os Samuzeiros salvaram as vidas.   Quanto  custa  uma  vida?    Bem  mais  que os R$ 0,80  (oitenta centavos ) per capita que o município   deve repassar  para CIRUSPAR. Observe-se que  algumas   mentes  doentes  acham  que o  SAMU   é   inútil  e  caro  como  se eles   tivessem  tirando dinheiro do  próprio bolso  para   repassar o que  é devido  de acordo  com a  Assembleia  Geral de Fundaçao  bem como  o Estatuto  do CIRUSPAR.

Quanto ao  Hospital Santa Pelizzari  abordamos  o tema  da  assistência por que  tivemos conhecimento, assistimos casos,  levamos pessoas da  nossa  família e  em todos  os casos   que  soubemos  o atendimento foi  exemplar,  por que os profissionais   que lá trabalham  desde  o  mais humilde,  secretaria,   técnicos  enfermeiros, médicos bem  como a  administração  do  hospital  tem demonstrado   respeito  pela  população. Todos   mostram que gostam   do  trabalho ou do que fazem.

O município precisa de administração  que busque resultados, esquecer ranços, sem ficar    criticando a administração passada,  por que águas passadas  não movem moinhos, sem fantasias,  por que as fantasias  ficam bonitas em carnavais mas  duram só 4 dias, com  profissionais   bem pagos  para tenham motivação para o trabalho  e  não   fujam  do  contribuinte, concursos  para professores e  evitar  colocar em  salas  de aulas   estagiários de  primeira série de  magistério como  se fossem  professores  regentes.

Qual  é  a   razão que temos  tanta  gente  se formação na  área  de saúde   lotadas  no  Posto de Saúde? O administrador público  já   pensou em uma  audiência pública   envolvendo a população,  colaboradores   da  área de saúde  como  técnicos,  enfermeiros  e  médicos   para discutir os problemas.  Não pensamos nisto ainda?   Ah!   Então devemos  parar  de falar   em democracia, por que  na democracia a   gestão  é  compartilhada,  vereadores e  prefeitos  e  funcionários  públicos são  pagos  pelo  povo,  pressupõe-se  que são  empregados do povo, caso  contrário perpetua-se o modelo pernicioso  de capitanias hereditárias.

O que   temos  visto  nas repartiçoes  são  ofensas  quando simplesmente   colocam  pendurados  nas paredes   cartazes  fazendo  enquadramento do  contribuinte   como  marginal.

CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
O famigerado aviso "Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela" (Art. 331 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40), comum, principalmente, em órgãos que oferecem serviços da Saúde está com dias contados. A comissão de juristas que prepara o novo Código Penal propôs ao Senado, por maioria dos votos, a revogação do crime.
Por quais motivos  temos   chefes   em todos os  setores   que não  sabem qual é a missão e os objetivos  dos setores?   Por que um  setor de grande importância tem como  chefe  uma pessoa  que  não   sabe a  diferença entre  uma  escada  e um poleiro?   Por que   tantos   amadores  com   funções que devem decidir?

Observe-se que colocamos no  primeiro  parágrafo,  De há muito  temos provocado discussões   sobre a situação do município  que está próximo de completar   140 anos de emancipação e  tem a mancha   de manter aqui o maior bolsão de miséria,  12%  da população   morando em favela e a pior  renda per capita da  região.
Estes  erros  se repetem a cada  gestão e  temos  observado  isto desde  que  junto  com alguns  colegas  economistas,  arquiteta, advogados, professores e alunos do D. Carlos que atuaram como  pesquisadores  e  todos  os   setores  envolvidos  na pesquisa  elaboramos o Primeiro Plano  Diretor  do Município em 1991.

Que município  queremos?  Temos  agora  talvez a  última   chance  de corrigir e  mudar  este  tipo  de situação.

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