Vinte e três anos se passaram desde que foi elaborado o primeiro
Plano Diretor do
município de Palmas sendo que
para isso foram levantados
problemas cruciais e
levantadas as prioridades para o
desenvolvimento sócio-econômico e melhoria
da qualidade de vida da população.
O
Plano Diretor que deveria
ser visto como um resultado
articulado dos interesses de diversos
setores, para não dizer todos,
deveria dar a direção da administração municipal, todavia,
isto não ocorreu e hoje
verificamos que uma serie
de problemas se agravaram, como a
situação do êxodo rural dado
que em 1991
tínhamos 35% da população
morando no interior e trabalhavam em empresas
do setor madeireiro. Esta
faixa da população tinha no
interior tudo o que
precisava para sua subsistência, como trabalho,
moradias nos pátios das empresas,
escolas, uma capela e até
em alguns casos um pequeno
armazém da própria empresa.
Com o avanço da tecnologia
gradativamente veio a queda de
produção do setor madeireiro
e para um
quadro de 143
empresas existentes na época
hoje temos pouco mais de duas dezenas. Lamentavelmente não
houve preocupação com os possíveis e prováveis problemas que poderiam surgir e eles
estão e a
tendência é de agravamento por que em termos de gestão pública ao que se houve desde 1991
é um velho e surrado discurso, “não
temos verba”. Ora, se nunca tem verba por que
brigam tanto para assumir o
poder?
A base produtiva do setor madeireiro reduzida sofre com problemas de 1991,
visto que a área industrial
implantada em local inadequado
ainda hoje não tem a
infra estrutura necessária, nem sequer
placas indicativas da existência
e localização, na entrada do local
e tampouco na BR 280.
O
que sobra por conta disso
são ameaças de processos judiciais
quando alguém mostra que as coisas devem e podem
ser diferentes, que deve existir consciência e
respeito para com o contribuinte
que trabalha e paga
impostos, que as definições de prioridades devem ser feitas discutindo-se com
setores interessados e a
comunidade, que os Conselhos Municipais
devem ter estreita participação nas
discussões dos problemas e
prioridades.
Por diversas
vezes abordamos essa questão de conselhos e reiteramos,
não conseguimos entender como um
pequeno grupo de pessoas
decidem o que
fazer e muitas vezes nem isso fazem, sem
consultar os interessados no tema.
Por exemplo: Em 1991 levantamos mais de quarenta pontos
com potencial turístico
(dentre eles os
naturais e os produzidos pelas
mãos do homem) e até hoje
não temos uma política
de desenvolvimento que mostrasse
a potencialidade turística em aspectos como
clima, solo, produtos, eventos
e história.
Até hoje não se produziu um calendário
com eventos marcantes, feira e festivais dificilmente
acontecem e a infra-estrutura turística,
como rede hoteleira
ainda hoje se resume a cinco hotéis
cuja demanda é prioritariamente
composta de representantes, vendedores ,
funcionários públicos e
poucos verdadeiramente turistas.
Não temos nada em termos de
melhorias e conservação de vias de
acessos aos pontos turísticos, comunicação, energia, camping, etc..
Caso houvesse
uma tentativa de exploração
desta potencialidade não temos
mão de obra preparada para
tanto, não existiu
e não existe cursos
de preparação de guias, de treinamento de pessoal especificamente para atuar
na recepção de turistas, que saibam tudo o que existe de potencial
turístico.
Lembro de que estudamos e tentamos diversas vezes abordar
o tema, por que somos
tão pobres? Por que nossa rendas per capita é uma
das menores da região e
confessamos que para chegar a
um diagnóstico preciso isto
nos causa preocupação.
Pelos dados do IBGE no mapa
das desigualdades temos uma configuração assustadora,
vejamos:
Índice Ghini 0,39% e
um Incidência da Pobreza de 52,2%
Pelo dados de IBGE em 2010 tínhamos
42.888 e a considerar o CNV Crescimento
Natural e Vegetativo de 2.26%
ao ano deveríamos ter 46.233
habitantes. Isto posto
pergunta-se que tipo de trabalho é
feito junto a meninas
adolescentes menores de 14 anos e até 18 sobre a tal assistência a
natalidade? Se o índice
acima citado de 52,2% diz
que mais de 20 mil pessoas vivem com até dois salários mínimos não
podemos considerar isto
desenvolvimento social econômico, pelo contrário está se agravando a reprodução da
miséria.
Não vamos
nos prender somente
a
estes índices mas temos que
achar uma saída para mudar
este quadro, resta saber se o poder
público tem interesse em mudanças. Nem sempre existe predisposição para tanto.
São incontestáveis as
vantagens em se manter a pobreza
como forma de massa de manobra e de manutenção do poder. Isto já
foi tratado em plena revolução
cubana e se
perpetua até os dias de hoje.
Nos anos 60 o governo
americano na busca de conter o avanço
do socialismo na America do
Sul o
presidente Kennedy criou um
programa para ajuda com um
desenho próprio ou uma áurea
de bonzinhos...por que é claro havia que se dar em troca.
O programa
criado dentro do Plano Marshall
foi chamado de “Aliança para o
Progresso” e criou também ONGS
internacionais para colocá-lo
em prática. Com o avanço da revolução cubana havia
necessidade de se impedir a instalação de regimes orientados e apoiados
pelos comunistas e isto pôs a
nu os problemas
básicos e interesses americanos.
No bojo
do pacote veio um rascunho não praticado até de: a) ajuda destinada a programas educacionais; b) assistência ao
trabalho de controle da natalidade; c) apoio à
medidas para elevar a produtividade rural,
nominalmente financiadas com a
venda de alimentos excedentes.
Veio também a
doação de alimentos que
pressupostamente deveriam ser distribuídos para
comunidades carentes devidamente
cadastradas. Na cesta
americana tinha leite
em pó, óleo comestível e queijo
em tonéis de papelão
com a bandeira americana e duas mãos
desenhadas.
Ao citar este programa
americano propositadamente pretendemos
lembrar que já neste período
o povo sofria
com esta armação de compra de
votos, tanto que esses alimentos
eram liberados na véspera de
campanha política para que de certa
forma servisse de alavanca para
alienação do povo e na
realidade nunca se pensou efetivamente em emancipação da população. O que
foi exposto aqui
só pessoas com
mais de 60 anos
lembram de como se comprava votos nesta
época e pior, nunca
houve mudanças por que a legislação
é branda e não existe
o menor interesse em acabar com o
mercadão de votos.
“ Não há algo mais difícil, nem
de êxito duvidoso ou perigoso, do que iniciar-se uma nova ordem de coisas, por
que o reformador tem inimigos em todos aqueles a quem a ordem antiga
beneficiava e, somente tímidos defensores naqueles que poderão tirar proveito
da nova ordem.
Esta fraqueza nasce
parcialmente do medo dos adversários parcialmente da incredulidade dos homens
que não acreditam verdadeiramente em algo novo senão depois de um firme
experiência”. Maquiavel ( 1469 – 1527
)
Com relação a politização este tipo de situação é tão grave e por conta disso a medida que a
democracia se aperfeiçoa, os
cidadãos ficam mais pobres visto
que o aumento da carga tributária para
custear a máquina é violento,
não se corrige a tabela de IR
imposto de renda sangrando cada
vez mais o contribuinte e se sempre surge uma perturbação politica para responder a uma crise
econômica e tributa-se cada vez e
se isto não bastasse coloca-se praças de pedágios
e radares espalhados por toda a
parte.
Quando os trabalhadores reclamam seus direitos e até iniciam movimento de greve e os responsáveis
pelos desmandos alegam que se trata de greve política.
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