quarta-feira, 30 de abril de 2014

A teoria democrática do Estado e a inversão de papéis e valores chegou ao limite


Ao extrapolarmos direitos e  obrigações  esquecemos de algo mais importante que deveria se assentar em bases sólidas definindo limites, impondo restrições, determinando com  segurança a  exata colocação do   ser  humano   frente ao poder.

No que diz  respeito a  atuação   do legislativo no Brasil, de modo geral  a  situação  está complicado visto que  tanto no senado, câmara federal,  assembléias  e câmaras  municipais existe um  comprometimento  velado com  os   executivos  invertendo gravemente   os papeis  de cada  um  no  processo de gestão  pública.

Na Constituição Federal de cinco de outubro de 1988 os artigos 293 e 294 contemplam as  obrigações  dos vereadores  que estão  desvirtuadas  quando o vereador deixa de cumprir estas obrigações e  passa  a  atender  aos  apelos do executivo.

Quando isto se repete e se agrava situações inusitadas pode ocorrer como esta que a população proporcionou recentemente demonstrando a insatisfação com os seus representantes.


“O vereador Marcionílio da Costa Mendes foi amarrado em um poste pela população de Mata Grande, no interior do Estado de Alagoas. Acusado de roubar os cofres públicos, o parlamentar foi inocentado pelo Tribunal de Justiça, o que revoltou o povo do município”.
“A gente já cansou dessa palhaçada! Se eles continuarem nos roubando, vai faltar poste na cidade. ”, comentou dona Josicleide dos Anjos, moradora da cidade e dona das cordas”.


Da  mesma a forma no plano  federal e  estadual   com   deputados  que se  intitulam governo  por que estão  atrelados a  favores  do executivo  para conseguir uma   verbas ( emenda de orçamento)   para  atender pedido de sua  base  como  se isso  fosse  realmente uma  imposição constitucional. 
Entre as funções e atribuições de deputado federal, está o ato de legislar e manter-se como guardião fiel das leis e dogmas constitucionais nacionais, inclusive podendo propor, emendar, alterar, revogar, derrogar leis, leis complementares, emenda à Constituição federal e propor emenda para a constituição de um novo Congresso Constituinte.
Entre as principais funções dos deputados federais, está a elaboração de leis. E conforme a Constituição da República Federativa do Brasil, outras atribuições dos deputados federais são:
·         Elaborar seu regimento interno;
·         Fiscalizar os atos do Poder Executivo;
·         Autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
·         Proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
·         Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII”.

Com  todos  os dispositivos legais somados  ao alguns ingredientes nocivos,  que simplesmente a  desvirtuam   a Teoria  Democrática de Estado se  torna capenga,  vive em meio a  sobressaltos,  aumenta a  carência de aperfeiçoamento no futuro,  mesmo   uma  forma de governo dinâmica.

Por outro  lado, com a possibilidade  de envolvimento  do povo,  maior consciência, na decisão de seu próprio destino e  no  levantamento de prioridades, o  conceito  de democracia retoma  seu principio de governo do  povo, para  o povo, pelo povo  e o Estado conhecedor de seus deveres, não ignorará o prévio consentimento popular   quando  elege seus  representantes  mas  não   lhes  dá  o direito  de vender  o Estado.

Ter direitos políticos, poder votar  e ser votado,  passamos a  pensar em liberdade, todavia o homem nunca foi  mais que escravo do Estado.

Vivemos uma  repetição do  principio de democracia  ateniense onde a  prática de governo impõe devotamento dos cidadãos, de corpo e alma  ao  serviço público,  dava o sangue para um  vampiro  chamado estado . Neste  período não existia  transferência de  renda  ou  renda  mínima, como  estas   políticas de bolsas  que não emancipa o ser humano  mas   o torna  cada vez mais dependente.   

Hoje com o  processo   de politização dependente  de  renda  mínima, mesmo que a  cada dia que passe a  população fique mais pobre  é   comum ouvir-se  que os dependentes estão  satisfeitos  com a  penúria  existente.

Desta forma os  governantes  sempre  acham uma  solução  simples  para os problemas,  as  coisas  que funcionam,  procuram paralisar atividades,   fazem de  tudo  para   atrapalhar,  alegam altos  custos,  falta de  verbas,  aumentam impostos e  destroem  sonhos.

Para  de governantes muitos   deste  tipo  não  é interessante que haja  desenvolvimento  por que isso  levaria  ao crescimento da população, haveria a  possibilidade  de ingresso de novos habitantes que não estariam   atrelados ao sistema,  devendo favores e  em conseqüência a política de  curral  fechado  ou voto de cabresto  não subsistiria.

E  assim  sendo a  população segue  rumo ao matadouro  de sonhos, pagando   mais e mais impostos, pedágios e outros.

Um  dos  primeiros passos  está  no propósito de não participar mais do  processo eleitoral,  votando em branco ou anulando   votos.

Quando o povo começa  a  questionar   e  descobre que o governador  do Estado   recebeu R$ 3 milhões  de concessionária de pedágio  passa a  pensar quais seriam as  relações do   mesmo  com os  donos de  pedágios.    Neste  caso  até   o presidente da ALEP   pegou R$ 50 mil  da  concessionária e  queira  impedir  a  abertura  da CPI.   Definitivamente  isto  não  é  Teoria Democrática de Estado.

Um cidadão  comum  trabalha  o mês inteiro para ganhar  R$ 1.500,00   que perfazem R$18.000,00  por  ano, o que pensar  quando  o governador   recebe  R$ 3 milhoes  por ano?  Isto   significa que recebe  R$ 250.000,00 por mês do pedágio.   

E  o povo ainda acha que vai  acabar pedágios.

“Uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) afirma que, desde 1998, atos secretos têm alterado os contratos de pedágio nas estradas federais do Paraná. As mudanças, segundo o relatório, adiaram ou cancelaram obras importantes nas estradas que formam o Anel de Integração – e atingiram as seis concessionárias de estradas federais. Para o MPF, as mudanças encareceram o pedágio e prejudicaram a qualidade das rodovias”.

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