quarta-feira, 9 de abril de 2014

Uma gestão participativa, a busca de resultados ou falta de vontade política


Antes de quaisquer comentários façamos uma análise do ponto de vista de desenvolvimento  sócio econômico.
Ora, se tivermos um  proposta política  que beneficie  só  um  setor  ou  um  só   grupo isto de fato  não  é  desenvolvimento social  e econômico.

“Não é suficiente conhecer o conjunto das relações enquanto existe em um dado momento como um  dado sistema, mas importa conhecê-los  geneticamente em seu movimento de formação,  já que todo indivíduo não é somente a síntese  das relações  existentes, mas também é a história  destas relações,  isto é,  o  resumo de todo passado.
Antonio Gramsci 

Nos  últimos vinte  anos  não tivemos uma  política de desenvolvimento,   preocupada  com a  formação de mão de obra especializada,  tampouco uma   política  de desenvolvimento  industrial   visando a  criação, implantação  ou expansão de  micro, pequenas, médias  e  grandes  empresas.  Há mais  de vinte  anos faz-se  necessário  uma política de apoio ao  empreendedorismo  com suporte  técnico e em alguns casos   cedência de barracões   para  incubadoras  empresariais.

Não existe como se estabelecer um novo padrão de consumo se a renda per capita é temerária, ou não permite um avanço no desenvolvimento da economia e ainda com empresas competindo entre si para conquistar clientes sem a capacidade  de  pagamento  suficiente  para  manter  a  atividade.  
Temos uma grande fatia de consumidores que neste mercado  que depende  do  paternalismo  populista, do bolsa  família  e não  existe  nada  de concreto  que vise  reduzir  esse  caos social  de 12%  da  população enterrada em favelas,  talvez  não seja interessante preparar  essa  fatia da população  para  a  emancipação  por que é  exatamente  ai que saem  os votos  para quem aspira  ao  poder  e então é preferível  mantê-los  na escravidão da   gratidão.

O que temos é uma política reativa, ou seja, tomamos uma iniciativa  qualquer em razão dos acontecimentos  do momento  sem nenhum  estudo ou  projeto antecipado  que vise a tomada de iniciativa  ou facilite a tomada decisão.  Um conceito muito  antigo diz que em medicina ou  saúde   pública a  tendência deveria  ser mais  investimento em prevenção e menos em medicina curativa. Simples   isso, se existe   prevenção  e  certo que diminuirão  os  tratamentos de  doenças.

Considerando que não existe uma política de desenvolvimento industrial, não existe a menor possibilidade de doação de terrenos adequados para  implantação de empresas  e ainda  há  pessoas  que acreditam  em milagres  na área industrial atual  onde a  necessidade aterrar  banhados  para  se estabelecer  qualquer empreendimento,  não   existe  amparo  legal para  isenção de impostos  municipais, quando ocorre  a implantação de uma  empresas a dificuldade   para extensão de rede  elétrica,  de água e  telefone no  local  é  precária e isto  por ser confirmado pela  incapacidade  do município  dar a contrapartida de  qualquer  empreendimento e  a exemplo citamos  o Conjunto Residencial São  Francisco  onde a  infra-estrutura não  existe. 

Empresas do setor comercial são  implantadas  pela  própria   vontade do empreendedor e  não existe política de incentivos, uma  conscientização  da população para que  prestigie  o comércio local  por  conta  disso  são  inúmeros casos  de  pessoas  que realizam suas  compras  em outras  cidades  numa  evasão de divisas  sem precedentes.

Quantas vezes  vemos entregadores de outras  cidades  transitando por nossas  ruas  para  entregar  mercadorias  compradas  em outras cidades.   Tudo  isso tem  ver  com melhoria dos serviços,  qualidade, atendimento,  preços e condições de oferta,   mas   são  problemas  de interesse  geral  e sozinha  uma  empresa  pode tentar  mas   terá   dificuldades  para  resolver.

Por outro lado, seguimos uma política reativa, não fornecendo subsídios para constituição de empresa, não temos demonstrativos ou levantamentos de alternativas e oportunidade de investimentos, não existe uma preocupação em divulgar as potencialidades e oportunidades de investimentos, parece que temos um receio enorme de promover encontros, seminários visando debater os problemas e não termos  respostas   concretas.  

Os Conselhos Municipais de há muito não tem uma grande reunião para começar a  traçar um novo rumo. Se os conselhos não funcionam poderíamos tratar os problemas de cada setor em Câmaras Técnicas. Ah!  

Não existem Câmaras Técnicas? Que desgraça!   Como se discutem  os  problemas de cada  setor?  O   caso do IFPR  não  seria  de se tramitar   numa  Câmara Técnica de Educação?

Os  Conselhos  Municipais  estão acéfalos, Câmaras Técnicas não  existem,  não  temos  conferências  municipais,  não participamos das  conferências estaduais  e muito   menos da federal. Seguindo assim ficaremos a margem do caminho esperando favores de outros. Na realidade prioridades que deveriam ser discutidas nos  conselhos

Com toda   esta   letargia ou morbidão  que nos cerca ainda temos  sobre o IFPR  a  esperança  de uma grande  parceria  na preparação de mão de obra e de desenvolvimento de projetos  que alavanquem o desenvolvimento  da  região,  todavia tem um  complicador  instalado  chamado falta de  vontade  política.  
Por  falta de vontade  política  dizemos  em todos os sentidos  visto que quando de uma reunião,  de um  seminário, um  congresso  a  população  é convidada  e   não  participa, e,   depois  lançamos  a  culpa  em outros, mas  quando não  participamos  ou nos omitimos   esta é  também  chamada   falta de vontade   política.

Não   conseguimos  entender   por exemplo  um  Conselho ou  Câmara  Técnica  para   discutir prioridades, potencialidades  ou  problemas do  comercio sem a  participação do comercio.

Da mesma  forma  como  debater em Conselho ou  Câmara  Técnica    problemas de saúde  pública  sem a  participação  dos profissionais  da área e  da  população  que  enfrenta as filas  nos postos  de saúde.

Como discutir  potencial turístico  em Conselho ou  Câmara  Técnica  sem a participação de produtores  rurais   proprietários  de prováveis  pontos   turísticos,  de hotéis, de   restaurantes.
Este  tipo de  situação  vai  se arrastar em  todos os setores,   como  meio ambiente, agricultura e pecuária, esporte, etc.

“O destino de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta”. 

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