segunda-feira, 5 de março de 2012

A ditadura militar morreu e o que fazer com ditadura de partidos?


Historiadores muito têm discutido sobre os tempos da ditadura militar a partir de 31 de março de 1964.  Recentemente aconteceu o  Lançamento da Revista ADUSP 44, sobre a ditadura militar e Mesa-redonda: “A Ditadura Militar morreu?”

Ao contestarem editorial da Folha de S. Paulo que qualificava o regime militar brasileiro como ditabranda, os professores Comparato e Maria Victoria foram alvo de ofensas do jornal. Ao atacar docentes de grande prestígio acadêmico e reconhecida dedicação à luta democrática, a Folha deu um mau passo que mais tarde tentou desfazer, ao admitir parcialmente seu erro, após manifestação de protesto à sua porta.
O professor Comparato é ativo protagonista desse movimento por justiça e verdade, entre outros motivos por atuar como um dos advogados da família de Luis Eduardo Merlino (jovem jornalista assassinado pelo DOI-CODI em 1971), em processo judicial para que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra seja declarado torturador.
Acabou a ditadura militar e começou uma  mais terrível,  a ditadura de partidos.
Para  Muammar  Al Qathafi ao escrever o Livro Verde,  ” Nos  nossos dias, os regimes políticos, no seu todo, são o resultado da luta travada por essas  máquinas de governar  para alcançar o poder, sendo ela  uma luta de partidos políticos ou de indivíduos, ela salda-se  sempre pelo sucesso de uma máquina e pela derrota do povo, logo pela derrota da verdadeira democracia”.
Nesta  ditadura de partidos  a  tortura não é mais nos porões do DOI-CODI, mas na falta de perspectiva de melhores condições de vida, na tortura pela destruição de sonhos de um povo, nas mortes sem assistência médica, filas dos hospitais, nas filas  do INSS  para uma pericia, nas filas do SUS, na falta de segurança, de salário  digno, de uma aposentadoria decente, de melhores oportunidades de trabalho. A ditadura de partidos leva o povo a uma  derrocada onde o funcionalismo não a tem  salários condizentes com a  função e muitas  vezes  são  massacrados pelos dito cargos comissionados (na grande maioria pessoas sem nenhum  preparo). Pelas obras e serviços feitos por empresas  de amigos e muitos superfaturados
Neste tipo de ditadura o campo para corrupção é vasto, por que as assembléias excluem as massas  do poder e ao  usurparem a soberania popular em seu proveito, tornam-se numa barreira legal entre o povo e o poder.   Desta forma, de vez em quando se alternam os comandos das casas  e entra em funcionamento um  novo  tipo de ditador parlamentar.
Esquecem estes  ditadores filhotes da disputa partidária  que na época dos militares, da tal ditadura   é que tivemos a reestruturação dos portos de Rio Grande, Paranaguá, Itajai, São Francisco, Santos e Vitoria,  construção da grandes usinas hidrelétrica,  grandes rodovias, a  Rede Ferroviária Federal AS (RFFSA),  funcionava  a plena capacidade para transporte de cargas e passageiros.  Esquecem que a Previdência Social tinha sobra de caixa  e o governo  investia no mercado financeiro. Hoje dizem que a previdência  social  está quebrada.
Um setor hoje sucateado, o transporte  rodoviário de cargas, no tempo dos militares,  apesar  do investimento equivocado no transporte  mais caro do mundo, devido ao custo de manutenção com derivados de petróleo,  a malha rodoviária tinha um período de vida útil maior, considerando que as balanças para coibir excesso de peso funcionavam em pontos estratégicos, a  manutenção era  controlada  e não  havia superfaturamentos em obras. 
Hoje cerca  de 20% da produção se perde nas rodovias por falta de manutenção,  pistas  esburacadas,   custo de manutenção da frota rodante é alto,custo de combustíveis, custo de fretes e a  vida útil da frota também  deixa  a  desejar,  visto que são inúmeros os veículos com mais de 10 anos em circulação.  Esta situação causa certa apreensão  por que com os atuais mandatários não se vislumbra melhoras num  curto espaço de tempo. 
Hoje a Previdência Social  foi depredada pelo mandantes de plantão  e alegam que uma correção de benefícios  acima de R$ 545,00  quebra o sistema.
Hoje a Previdência Social está quebrada  mas alguns partidos brigam para assumir esta  pasta.  Para refrescar a memória do leitor, nos últimos 30 anos  esta pasta esta nas mãos de um partido que dizem ser o maior. A FUNASA,  SUDAM, Teles, Furnas, Eletrosul, e outras  estatais que hoje estão envolvidas  em apagões,  são  ou já foram comandadas por gente do maior partido.  Um partido criado em 1968 e que tem sua origem na ditadura junto com  a Arena de Tancredo, Maluff e o próprio remanescente José Sarney que hoje fala em consulta (plebiscito) de desarmamento, coisas  que só uma  ditadura do proletariado pode criar.  
Resta-nos tão  somente  perguntar:   quais  são as  grandes obras feitas por essa gente depois das  diretas  já?
O que sabemos é sucatearam o material rodante da RFFSA e a malha ferroviária   que sempre foi o  transporte mais barato e  mesmo privilegiando o transporte rodoviário por determinado  período abandonaram as rodovias, venderam estatais e até o que foi arrecadado nos anos 60  na campanha “OURO PARA O BRASIL”, desapareceu.

Lembramos que um  homem   tinha  na ponta a  lingua o jargão  " a  Petrobrás é  nossa",  esse   homem  era o pai do ilustre  FHC  que  bem mais tarde  quando presidente  queria   vender  todo  o  patrimônio de estatais  numa campanha   neo liberal onde diziam  o  estado não pode ser patrão.   Essa  gente  ainda tem essa  mentalidade e hoje  a  orientaçao  é que corram atrás  de sindicalistas   para  filiá-los ao PSDB   para mais tarde  usá-los contra  o povo  e  suprimir   direitos de trabalhadores. 
Enfim  para que de fato  ocorra  esta representação parlamentar que é uma impostura, os pretendentes tem a certeza de que é possível manipular e comprar os votos  quando os mais pobres não podem estar no coração da lutas eleitorais; são sempre (e só) os ricos que ganham as eleições. As ditaduras mais tirânicas que o mundo tem conhecido foram estabelecidas à sombra de assembléias parlamentares.
                Devemos prestar  atenção no que diz  Walter Kraft  “A ditadura foi mais transparente”
O Chefe do arquivo da Assembléia reconhece que é deliberada a intenção de esconder os diários
16/03/2010 | 00:02 | Karlos Kohlbach, Katia Brembatti, James Alberti e Gabriel Tabatcheik
Na parede da sala do setor de arquivo da Assembléia Legislativa do Paraná está afixado um aviso informando aos visitantes que somente com autorização do diretor-geral, Abib Miguel, é possível consultar os diários oficiais da Casa. O motivo para o excesso de zelo quem explica é o chefe de expediente e arquivo da Assembléia, Walter Kraft. Sem saber que estava sendo gravado, ele revelou a metodologia adotada pela direção do Legislativo para evitar que a imprensa e a sociedade cheguem até os documentos.
“Se a imprensa for à biblioteca, pode ter acesso a algumas coisas. Então pode ser que esconderam [parte dos diários] com a desculpa de que ia encadernar (sic)”, disse Kraft. Ele ainda reconhece ironicamente a obscuridade da Assembléia. “Eu acho que a ditadura foi mais transparente.” Desde 2008, a encadernação dos diários é justificativa para a direção da Casa não apresentá-los à imprensa. Ao circular pelas dependências da Assembléia, a reportagem observou que nem mesmo o setor de arquivo da Casa armazena todos os diários publicados. Faltam algumas edições numeradas e muitas avulsas.

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