quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Miopia, Letargia ou administração de plano estratégico?

Em qualquer setor o principio básico para o administrador é  que se tenha em mente a  missão, ou seja, apresentação formal da razão de existir de uma organização.
A missão deve dar direção e controle para o trabalho, sendo ampla o suficiente para evitar que seja míope e focalizada o necessário para direcionar os seus trabalhos. Quando o administrador é míope, o triste da miopia é que ela permite tão somente visualizar a fila do caixa do banco para receber o salário a todo o mês.
Um administrador miope num curto espaço de tempo anda sem rumo.
Vez por outra temos setores que decididamente  não apresentam resultados satisfatórios ou concretos e  até mesmo  ocorrem desvios de funções.
Quando não se tem claro os rumos que se deve tomar nos arriscamos a fazer vôos cegos. Por conta disso pergunta-se: Existe  alguma  pessoa que se arriscaria a embarcar numa aeronave para   fazer  um vôo  com destino incerto,  enfrentando turbulências e com piloto inexperiente?
A administração pública é contumaz neste tipo de arranjo e por diversas vezes tomamos conhecimento via mídia de prejuízos irreparáveis, e, quando não acontece perda de vidas  como nos desastres da área da saúde, com elevação do índices de mortes  tanto de crianças como de adultos por falta de assistência  médica ou por falta de um programa de medicina preventiva.   Há quem se exalte em apresentar elevação de gastos na área  de saúde como  se fosse um bom   trabalho, quando o correto  seria  a  redução de gastos com  prevenção.
De há muito não se ouve falar em administração pública com aspecto de administração de empresas onde se busca sempre um resultado positivo.  Os administradores em qualquer nível são guindados aos postos pelos laços familiares, pela amizade, compadrio e Q.I. (quem indica) ou até por vestir a camisa. Estes são pré requisitos essenciais para o posto.
Uma situação até um pouco interessante vai ocorrer com a reforma do secretariado no estado, onde o governador pensando na reeleição aproveita  para acomodar os  companheiros que ficarão desempregados na troca de prefeito de Curitiba. Neste embalo, até o próprio filho que é secretário de Ducci em assuntos da copa será levado para o governo estadual,  quem  sabe se  crie  um  secretaria   similar a da prefeitura.
Uma grande questão está relacionada à situação atual dos municípios, quanto à mentalidade urbana, tamanho das cidades e condições de vida da população.
Quando se pensa um município vem à mente a possibilidade da elaboração do Plano Estratégico Municipal com metodologia participativa, organização dos Conselhos Setoriais e nova articulação das lideranças e instituições estratégicas.  Resta sabe se o administrador gostaria de contar com uma metodologia participativa onde a sociedade organizada pudesse  contribuir  efetivamente  com a  gestão.
Quanto aos conselhos não dá para entender por que todos eles estão sujeitos á  manipulação do executivo e até  na  definição dos presidentes. Todos os presidentes de conselhos devem atrelados ao executivo?
Quais as razões  para que um  Conselho de Desenvolvimento não tenha participação na análise  e discussão de projetos  de implantação ou expansão de  empresas?  Quantas vezes o conselho é chamado para discutir a possibilidade implantação de uma área industrial. Os conselheiros tem conhecimento da existência de um Fundo de Desenvolvimento Estadual (FDE) que é para financiar implantação de áreas industriais? Conselho de Desenvolvimento nunca é chamado para discutir um projeto de incubadoras empresariais?  
Enquanto o administrador público do interior do estado não recorre ao Fundo de Desenvolvimento Estadual (FDE) por falta de projetos consistentes, o governo do estado libera a verba para construção de estádio particular como a Arena da Baixada e  fantasia esta  situação com nome sugestivo. Financiamento através da possibilidade de negociação do Potencial  Construtivo.  

http://www.parana-online.com.br/editoria/esportes/news/466737/?noticia=FDE+PODE+GARANTIR+COPA+NA+ARENA+DA+BAIXADA 

Enquanto municípios não apresentam projetos  consistentes  para pleitear financiamentos o governo do estado joga dinheiro pela  janela, e, interessante dizer  que isto ocorre  de longa  data, basta  ver que em 2005 houve uma  tentativa  de instalação de uma CPI sobre  Fundo de Desenvolvimento Estadual (FDE).

http://www.parana-online.com.br/editoria/politica/news/116675/?noticia=AL+VAI+INVESTIGAR+GESTAO+DO+FDE     
No caso especifico de Palmas, que município  temos? E  que município queremos?   Em cada setor existem pessoas com conhecimento e experiência o suficiente para gerir bons resultados?
Ao serem questionados sobre a responsabilidade a eles delegada responderiam de que maneira algumas questões sobre o setor que assumiram por estar afeto à missão do mesmo?  O quê?  Onde?  Para quem? Como? Com que finalidade?
A ausência de planejamento não pode ser de toda considerada falta de “planejamento”, na realidade já existe um plano  preconcebido  que  vai em outra direção, quem  sabe, do interesse  particular.

“Quem planeja curto prazo deve cultivar cereais; a  médio prazo, plantar árvores;  a longo prazo, educar homens.”  Kwanstsu, Seculo 3 a. C.
No entendimento do Ph.D Henry Mintzberg sobre administração estratéogica temos que:
“o processo de conceber, implementar e avaliar continuamente uma estratégia que assegure o êxito atual da organização e construa  as competências essenciais para o seu sucesso no futuro.”
O gerenciamento através deste tipo de gestão busca responder aspectos como:
1.   Onde a organização está? (através do diagnóstico estratégico);
2.   Aonde a organização quer chegar? (através da visão e objetivos);
3.   Como a organização irá chegar? (através das metas, programas e ações);
4.   Como a organização está indo? (através dos sistemas de controle).
Em uma análise bem apurada podemos tomar conhecimento da atual situação da organização e a  partir dai direcionar esforços na intuito de trabalhar os pontos fortes e as oportunidades existentes de forma mais objetiva; também podemos aproveitar o levantamento para neutralizar os pontos fracos encontrados e reduzir ou pelo menos minimizar os impactos das ameaças existentes no ambiente; Com isso, os objetivos poderão ser traçados de forma realista e mensurável.
No caso seria possível convocar os estudiosos sobre os assuntos brasileiros interessados em examinar e debater os problemas econômicos, sociais e políticos, sem criar ou vender ilusões, fantasias, enrustir o atraso econômico e social, mascarando-o com obras ilusórias. De que adianta pavimento asfáltico onde não existe saneamento básico ou moradia digna?   
Não é possível aceitar que o estado de um modo geral não tenha condições financeiras de  desenvolver projetos de interesse  coletivo e  que a  desculpa seja  sempre de que não existe verbas.  
O que não se  pode fazer é gastar   toda a  verba de três ou quatro   anos  em  seis  meses que antecedem um  campanha política, ou fazer como o governo do estado faz  no  trecho entre Matelândia e Medianeira, onde banca a  duplicação deste  trecho em uma  rodovia federal. Se  a   rodovia é federal o governo do estado  poderia recorrer a projetos e  cobrar do federal a solução  do problema.
Outra  situação   estranha neste  caso  é que  trata-se de uma  rodovia pedagiada (entregue a  administração de um consórcio).  O  estado gasta    o que arrecada  com impostos do povo  paranaense e  o governo federal  não delegou a  BR  para o estado. O estado não ganha nada com o pedágio.
A história mostra que a revolução de trinta tentou criar bases para a burguesia nacional, e, hoje a crise é da própria burguesia, onde o Estado não pode financiar soluções econômicas.

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