sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Adiantaria alguma coisa o povo sair às ruas pedir reforma política


Um acordo espúrio entre burocratas do até então respeitável Tribunal Superior Eleitoral – TSE  mostra a que nível chegou o menosprezo e o  desrespeito ao cidadão  brasileiro.   È difícil de se acreditar  que o TSE  considerado guardião da democracia tivesse  negociado  com o Serasa dados pessoais dos 141 milhões de eleitores brasileiros.
Tudo  deve ter uma motivação e resta   saber por que  esta negociata? Uma coisa não ficou  bem clara neste  trambique e  dizem que  o TSE seria recompensado com a cessão de quatro “assinaturas digitais”, instrumento eletrônico que permitiria a alguns funcionários da corte o acesso a dados cadastrais centralizados pelo Serasa. E pelo prazo de apenas dois anos.
Para a segurança  do povo brasileiro ainda temos  um  imprensa livre, sabe-se lá até quando por que a  cada dia  que passa   atentados são  cometidos  e  muitas  vezes jornalista  assassinados  ou ameaçados de processos.
Quando o jornal O Estado de São Paulo denunciou muitos disseram terem sido  pegos de surpresa  com  esse  atentado a privacidade e  liberdade de direitos  cometido por meia dúzia de mal intencionados do TSE. A própria presidente do TSE, ministra Carmen Lúcia, condenou a medida e, em seguida, a corregedora-geral da Justiça Eleitoral, ministra Laurita Vaz, determinou a imediata suspensão do acordo esdrúxulo.
O curioso de tudo isso é que O Estado de São Paulo corre o risco de ser censurado como o clã  Sarney   fez com  o Estadão.
Esta armação  coloca  em dúvida  mais uma  vez a  atuação do TSE  nas eleições tão apregoadas  como  exercício  da democracia.  Nada mais criminoso que quebrar  sigilo  de 141 milhões de brasileiros  sem  autorização judicial  e mais, partindo de dentro  do próprio TSE. Não dá para aceitar  que uma instituição da credibilidade do TSE, tenha firmado esse tipo de acordo  espúrio, dispondo-se a fornecer meios de acesso a dados de todos os cidadãos brasileiros detentores de títulos eleitorais, isto é, todas as pessoas acima de 18 anos de idade, e parte dos jovens com 16 e 17 anos. Não apenas se estaria perpetrando uma violação ao princípio constitucional que protege a privacidade individual como também, para dizer o mínimo, estaria se desrespeitando até mesmo o Código do Consumidor, que não permite a venda, sem autorização, de dados pessoais que não sejam de interesse público – exatamente o que estava prestes a acontecer.
De posse  deste  precioso bancos de dados poderíamos  antever  qual seria o comportamento  do Serasa  diante   do quadro eleitoral?    A quem  eles  venderiam as informações  cadastrais?    Adiantaria alguma  coisa o povo  sair  às  ruas  pedir  reforma política se eles  já arrumaram uma  nova forma de fraudar  o sistema  ou  comprar  votos?
Este caso nos permite levantar mais uma questão quanto ao Sistema Eleitoral empregado e o uso de urnas eletrônicas tão debatidos nestes últimos  dias este sistema  é uma fraude. Depois dos pianistas  do congresso e de ACM e  Arruda que monitoravam as votações eletrônicas secretas dos outros políticos no congresso ou senado não dá para duvidar de mais nada.
Por outro lado profissionais respeitados  na área de Sistema de Informações  tem questionados a confiabilidade  da urnas eletrônicas adotadas no sistema eleitoral brasileiro  como é ocaso do professor do Instituto de Computação da Universidade de Campinas (Unicamp) Jorge Stolfi em audiência pública sobre o assunto realizada, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Na avaliação do especialista da Unicamp, o sistema totalmente digital é "inaceitável", porque apresenta "riscos inerentes que são muito sérios e incontornáveis. Riscos de fraudes feitas por pessoas internas ao sistema, que não podem ser detectadas antes, durante ou depois da eleição".

Uma demonstração  realizada por um jovem hacker de 19 anos, identificado apenas como Rangel por questões de segurança, mostrou como — através de acesso ilegal e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro, sob a responsabilidade técnica da empresa Oi – interceptou os dados alimentadores do sistema de totalização e, após o retardo do envio desses dados aos computadores da Justiça Eleitoral, modificou resultados beneficiando candidatos em detrimento de outros – sem nada ser oficialmente detectado.

Pelo depoimento de Rangel   durante na sua demonstração ficou  claro  que o acesso ao sistema é fácil e  rápido e é possível  alterar dados  sem que operadores do sistema percebam.

Um novo caminho para fraudar as eleições informatizadas brasileiras foi apresentado ontem (10/12) para as mais de 100 pessoas que lotaram durante três horas e meia o auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro (SEAERJ), na Rua do Russel n° 1, no decorrer do seminário “A urna eletrônica é confiável?”, promovido pelos institutos de estudos políticos das seções fluminense do Partido da República (PR), o Instituto Republicano; e do Partido Democrático Trabalhista (PDT), a Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini.
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados  mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel, ao detalhar em linhas gerais como atuava para fraudar resultados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário