segunda-feira, 5 de agosto de 2013

PERSPECTIVAS PARA AS ORGANIZAÇÕES COOPERATIVAS E A ESTRUTURA DE PODER


Ao final de 2003 no mês de outubro concluímos um estudo teve por finalidade uma análise do comportamento da organização cooperativa quanto a estratégias utilizadas pela SUDCOOP, frente às variações no padrão de concorrência e ainda, avaliar a estrutura competitiva da organização sob a ótica do modelo de PORTER, bem como, analisar o comportamento da dinâmica organizacional a partir da implementação do planejamento estratégico.

Buscou-se inicialmente identificar as estratégias, adotadas, como a administração profissionalizada, as parcerias, fusões, suporte técnico ao produtor cooperado e ainda, os técnicos e profissionais da cooperativa que passaram a atuar também como produtores. Neste ponto todos os entrevistados consideram de fundamental importância contar com administradores profissionais.

Por outro lado, ao estudar o sistema cooperativo visualiza-se um quadro com perspectivas bastante positivas para o sistema, ao mesmo tempo em que todo o setor produtivo passa por um momento de grandes transformações, em função de uma dinâmica da aldeia global e em conseqüência da necessidade de adequação para sua inserção no mercado mundial e para sobreviverem à guerra da competitividade.

Desta forma, uma cooperativa sente a necessidade um melhor aproveitamento de seu potencial e suas estratégias, bem como a especialização e a profissionalização dos negócios, o ganho em produtividade e a procura por novos nichos de mercado são algumas das principais condições para permanência no mercado e crescimento do sistema cooperativo, deixando claro que a modernização não é simplesmente uma troca de técnicas atrasadas por técnicas modernas, mas uma transformação ampla, contando com apoio do Estado e das empresas agro-industriais.

No passado, quanto ao RECOOP, algumas cooperativas não conseguiram se habilitar no programa, umas devidos as exigências no que tange a garantias reais, outras, por que suas necessidades de inversões não se enquadravam no programa.

“O RECOOP foi criado para ser uma arma contra o desaparecimento das cooperativas, mas nenhum contrato de financiamento foi fechado. Os recursos já estariam disponíveis no Tesouro, mas os bancos, que fariam o repasse às cooperativas, a não se interessaram em retira-los”. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.715-2, DE 29 DE OUTUBRO DE 1998.
http://www.portaltributario.com.br/legislacao/mp1715.htm

Por fim, se hoje fantasmas como a inflação, desemprego, crise, fome, insegurança, ameaçam a estabilidade da economia e apesar dos efeitos da globalização, o cooperativismo desponta como uma alternativa, para o desenvolvimento, se comparado ao capitalismo que não proporcionou condições de melhor distribuir a renda ou os frutos do crescimento econômico e a um socialismo que sequer alcançou riquezas para distribuir.

Ao buscar dados junto a outras cooperativas, contatamos que de modo geral todas estão empenhadas em manter parcerias e sustentam que até mesmo fusões podem ser empregadas como forma de se manter no mercado e alcançar resultados positivos, parcerias estas que passam trabalho de pesquisa, melhoramento genético, produção e distribuição de sementes bem como, na industrialização e distribuição da produção.

Portanto, cremos que cooperados poderiam se associar a cooperativa de crédito que para o financiar seus associados buscam os recursos equalizados do Banco Central e procuram manter o objetivo que é ter recursos diretos do Tesouro Nacional para que não tenha a necessidade de engessar os próprios recursos no custeio agrícola e sim utilizar os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Verifica-se um significativo avanço da Sistema Cooperativo de Crédito que passa a disputar mercado com outras empresas do setor financeiro, atuando no financiamento da produção e oferecendo produtos similares aos dos bancos comerciais.

Cremos ser perfeitamente possível a interação das cooperativas em questão, bastando que se caminhe numa só direção.
Por conta desta afirmativa, nos apropriamos do ensinamento de Charles Gide, um dos percussores do cooperativismo que dizia:

“Para todo o problema cooperativo há sempre uma solução cooperativa”.
E GIDE, ainda traçou as doze virtudes do sistema cooperativo sendo que descrevemos aqui a 12ª (décima segunda).

“Abolir os conflitos - na cooperativa de consumo, o consumidor toma-se seu próprio fornecedor; na cooperativa de produção o operário toma-se seu próprio patrão; na cooperativa de crédito, o sacador toma-se seu próprio sacado; na cooperativa de habitação o locatário toma-se seu próprio locador, e assim por diante, de modo que toda disputa cessa pela fusão dos inimigos, ou melhor, o combate cessa por falta de combatentes”.

O modelo das cinco forças de Porter é uma ferramenta para auxiliar na estratégia da unidade de negócio e para entender o ambiente externo. Serve também para fazer análise da atratividade de um determinado segmento de um negocio ou de um produto

O Modelo das cinco Forças de Porter / Livro: Michael E. Porter - Competitive Strategy
Vide resumo dos principais pontos do modelo.

Ameaça para entrada de novos competidores:

• Economias de escala, Exigências de capital/investimento,custos de substituição dos clientes, alcance dos canais de distribuição, alcance da tecnologia, lealdade • Existe probabilidade da retaliação dos competidores existentes no mercado.

A ameaça dos produtos alternativos depende de:

• Qualidade. É um substituto melhor? vontade dos compradores substituírem produtos atuais, o preço e performance dos substitutos.
• Os custos de migração para substitutos. É fácil mudar para um outro produto?
concorrentes pequenos ou que atuem em nichos específicos de mercado.
.A rivalidade será menor se uma indústria tiver uma liderança incontestável de mercado.
.A estrutura de custos da indústria. As indústrias com custos fixos elevados incentivam. concorrentes a operarem a plena capacidade de forma a reduzirem preços e
ganharem mercado.
.Grau de diferenciação do produto. Nas indústrias onde os produtos são comodites (por exemplo aço, carvão) ocorre uma rivalidade maior .
•Custos do substituição. A rivalidade é menor quando os compradores têm custos de
troca elevados.
•Objetivos estratégicos. Se os concorrentes buscarem estratégias agressivas de
crescimento, a competitividade será mais intensa.

.Surge agora mais uma ameaça para o sistema. O poder público através de entes que pensam em beneficiar-se contrariam o disposto no Artigo 5º da Constituição Federal
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário