quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Uma gestão estratégica ou ambiente favorável para atrasos


Constantemente  somos surpreendidos com informações ou publicações  que nos  deixam preocupados com o modelo de gestão empregado  no setor  público.

Seguidamente  vemos uma   sucessão de falhas em licitações contrariando a Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993 e estas  falhas levam até mesmo a intervenção  do MP para colocar as  coisas  no eixo.

Quando das campanhas  quantas vezes   ouvimos falar em necessidade de implantar um modelo  batizado de gestão participativa  ou até mesmo de choque de gestão. Bastam alguns meses  para o  contribuinte  verificar   que realmente   começou um  choque com a elevação das  tarifas e  taxas de  impostos e  que a guerra   fiscal  se acentua.

No plano  municipal as dúvidas   que se apresentam tem origens  talvez um  tanto  corriqueiras   estabelecidas  pela   competição ou disputas entre aqueles que compõem a  administração  e  que deveriam  se organizar  em equipes  para no  fim de cada  jornada ter um  resultado  positivo.

Neste aspecto sequer consideramos os exemplos  da natureza,  como  o  caso  dos  gansos  em voos,   que adotam  uma  formação em cunha para melhor  deslocamento  quebrando  a  força  contrária.   Os gansos sempre  tem um líder  a  frente  e  quando ele  cansa outro assume a  ponta  e assim sucessivamente, até  atingir o  objetivo.

O ser humano é completamente ao  contrário, centralizador por excelência,  não  deixa  surgir novas lideranças  sufocando  aquelas  que pressupostamente   se arriscarem a despontar. 

Em diversas oportunidades falamos  da necessidade  de uma  gestão  estratégica  de modo  que não  houvesse  sobrecarga  de trabalho e  concentração  numa  só pessoa.

Maquiavel ( 1469 – 1527 ) -  Na obra  o Principe
 “ Não há algo mais difícil, nem de êxito duvidoso ou perigoso, do que iniciar-se uma nova ordem de coisas, por que o reformador tem inimigos em todos aqueles a quem a ordem antiga beneficiava e, somente tímidos defensores naqueles que poderão tirar proveito da nova ordem”. 
“Esta fraqueza nasce parcialmente do medo dos adversários parcialmente da incredulidade dos homens que não acreditam verdadeiramente em algo novo senão depois de uma firme experiência”.

Do ponto de vista a legal alertamos que existe a  necessidade de criação  dos  Conselhos Setoriais  e  também a   desvinculação  daqueles  que  estão  presos  em  secretarias ou departamentos  completamente saturados  de trabalho, como  é o caso  por exemplo de esportes,  cultura   no   guarda  chuva da educação, meio ambiente preso  na  agricultura  e turismo na secretaria de indústria e comércio.

Explica-se: O Ministério de Turismo tem projetos e recursos (verbas) para investimentos no setor, mas para  tanto os interessados devem apresentar  toda  a documentação  pertinente, projetos e  certidões  encaminhadas   diretamente  pelo setor   responsável  pela  área  de turismo.   Esta  documentação deve ser acompanhada de um  cadastro/ficha de avaliação (para conceitos/pontuação). Se todas as formalidades não forem  cumpridas as  chances de  aprovação/avaliação  serão mínimas.

Outro  detalhe  que deve ser considerado por exemplo  é  o volume de serviço  natural em um setor   como  educação,   com  tempo bastante  tomado  em   atividades  correlatas  a  área  e  a  própria  infraestrutura da escolas.  Então, a  grande desafio é como agilizar  todos os  setores  acabando com a centralização e  alcançar melhores resultados?

Quando  um setor centraliza   tudo  e principalmente a  questão   burocrática   fica prejudicada  pelo  acúmulo de tarefas   a tendência é que  aquilo que  deveria  ser prioritário passe a  segundo plano.  Vamos exemplificar usando  situações reais:  Está  agendada para   o dia   9 de agosto a  Conferência Municipal  de Cultura  conforme os convites já encaminhados    e  neste  caso se  houver necessidade  de  material que deveria ser licitado e  ainda  não aconteceu, de quem  foi a  falha?   Da  secretaria de educação  que não   teve tempo  para  encaminhar  pedido de licitação ou  do  próprio setor  de licitação  que não  consegue   fazer   o trabalho  entregue de última  hora?

Aqui começamos a entender por que   estas  atividades  devem ser setoriais  e  não  vinculadas  a outros  departamentos,  existem  a necessidade de autonomia  no encaminhamento  de documentação e  projetos.

Um caso  interessante e  que nos  chama a  atenção   está  no  Departamento de Agricultura  que  tem  sob  sua  sombra o Meio Ambiente.   Aqui duas  situações distintas   antagônicas  e  que de certa  forma  criam mais  estranhezas e conflitos  perante os agentes  de crédito.

O Ministério de Meio Ambiente possui verbas  para recuperação  de fundos  de vales,   desassoreamento  dos rios,   reflorestamento e matas  ciliares  para proteção de mananciais,  entretanto, os projetos  devem ser encaminhados pelo  setor  competente  ou  seja o Departamento de Meio Ambiente e  não o da Agricultura.

Da mesma  forma  ocorre  com  o Esporte, onde a  autonomia  para desenvolvimento e encaminhamentos de projetos sofre  também  com essa  dependência   do  setor de educação.  

Uma pergunta fica  no ar:   qual a  dificuldade de emancipar  estes  setores  que estão  paralisados   pela  centralização e  dar-lhes   impulso  para  que possam de fato ter   avanços  e  conquistas em todos  os setores? 

Isto posto voltamos ao  inicio da  discussão  quando  falamos  em gestão  estratégica, e  diríamos  que   seria  de fundamental importância   uma  abertura franca para  que de fato tenhamos  uma  gestão participativa, onde a  sociedade (comunidade)  participe  efetivamente  das  discussões  e  colabore nas  definições de prioridades.


A sociedade  pode e  deve  participar  da discussões  dos  problemas  afetos a  todos  sob  pena  de  não  o fazendo ou se omitindo  não  poder  sequer   criticar  as falhas   dos  processos. 

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