quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

STF decide que município não pode ter terceirizado na saúde



Prof. Dr. Luiz Manoel da Silva

Na gestão pública estadual ou municipal  ainda é possível ter alguém andando na contra da legislação e entrando em choque com decisões de tribunais, encaminhando para as câmaras municipais projetos de lei  eivados de vícios e erros para colocar em prática modelos de gestão perniciosos que podem ser  chamados  de  “Gestão por Amigos”. E assim seguindo  cada  novo  governante será um  empregado do inventor. 

Este modelo de gestão que não se justifica de forma alguma até por que se a terceirizada não cumprir suas obrigações com os trabalhadores existe um aspecto legal na justiça do trabalho que pode  e deve ser acionado futuramente e o contratante assumir como  responsável solidário.

Já ouvimos tanto e apelidos  para modelos de gestão.   O governo do estado falava tanto em choque de gestão e até o momento o que vimos foram atropelos para criar mais cargos em comissão, inclusive colocando os novos comissionados em pontos estratégicos para fazer o meio de campo em campanhas futuras e por conta disso  queimando ou neutralizando a  figura do deputado pedinte de votos. Neste modelo sobra para o contribuinte como aumentos e mais aumentos de tarifas, como  SANEPAR, DETRAN,  etc..

Esta mente prodigiosa do administrador que depois de vencer um pleito entrega a responsabilidade do setor público para terceiros assombra os mais brilhantes estudiosos de administração estratégica como C.K. Prahalad, Christopher Bartlett, Gary Hamel, George Stalh Jr. Keinichi Ohmae, Sumnatra Ghoshal e Theodore Levitt.  Quando trataram  o tema  A Busca da Vantagem Competitiva.

Nesta esteira de assombrados teríamos também Cynthia Montgomery e Michael E. Porter que escreveram Estratégia – a Busca da Vantagem Competitiva e poderíamos citar outros tantos, mas não o faremos, porém, fica uma sugestão aos candidatos alunos de mestrado ou doutorado que poderiam desenvolver seus projetos de modo que pudéssemos entender qual o foco que administradores  públicos querem impor  depois da  vitória  nas urnas.

Os estudiosos acima citados buscavam alternativas e avanços para a  melhorar a  administração na busca de vantagens no  mercado interno ou externo. 

Agora fica um questionamento, que tipo de vantagem pode ter o município com uma gestão compartilhada com  terceiros?  Quem lucra com esse tipo de gestão?  O contribuinte terá melhores serviços?  As filas nos postos de saúde acabam?

O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro procurou o abrigo da justiça para acabar com a farra da prefeitura do Rio de usar empresas terceirizadas para contratar médicos na época da gestão Cesar Maia.  
Na primeira decisão em 2005 a prefeitura perdeu, entrou com recurso e foi novamente rejeitado em 2009, em 2012 o STF sacramentou pareceres

Para Jorge Darze, que comemorou a decisão do STF ela encerra um ciclo de absurdos contra a saúde pública. Dentre estes absurdos que a administração municipal cometia, em vez de fazer concursos para contratar médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, prefira fazer contratos temporários.

Pela decisão da justiça a prefeitura vai ter que repensar toda a sua lógica de contratações. A decisão do STF não impede que as Organizações Sociais dirigidas por amigos continuem gerindo clínicas de família e UPAs. 

Importante lembrar que se na possibilidade gestor público pensar em repartir com um OSs a administração da Saúde Pública elas terão que ter nos locais médicos e outros profissionais aprovados através de concurso público. Não poderão ter funcionários terceirizados.

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