A necessidade da geração de energia elétrica para a
sustentação da base produtiva no Brasil, na década de 70, período do Milagre
Econômico, constituía-se ponto de honra para a redução de um dos pontos de
estrangulamentos da economia.
Desse
período a ideia contemplada em política e planejamento econômico, em que o Estado
devia projetar e construir
grandes obras, até para
que se amenizasse um problema
que vinha se agravando
pouco a pouco, o desemprego.
Concebe-se a construção de Itaipu, como
alternativa para fazer frente ao gargalo do desenvolvimento da indústria. Com o início dos trabalhos, os problemas
foram surgindo, impactos ambientais, desapropriação de terras, êxodo rural, o
surgimento de favelas, deslocamento de contingentes enormes de trabalhadores em
busca de um lugar ao sol.
Na busca pela industrialização, correndo atrás dos
ricos, os países do Terceiro Mundo, centros e periferias, acaba alcançando um
modelo onde se agrava as diferença de níveis de rendas.
Essas diferenças despertaram a atenção de estudiosos, como
STRAHM, Rudolf H. (1992) em sua
obra, Desenvolvimento - Por
que somos tão pobres? “No plano
geográfico, os centros representam as aglomerações, no plano econômico as
regiões industrializadas, e no plano social as camadas superiores da sociedade.
Por periferia se entende as regiões marginalizadas, as favelas que circundam as
cidades, assim, como o interior dos países”.
O citado autor aprofunda ainda mais seu estudo, e,
dá ênfase à questão, reforçando o conceito de periferia, nos países em
desenvolvimento, são as regiões pobres do interior, as favelas, os grupos
marginais e os desempregados atraídos pelas cidades. Para ele, no plano
econômico, as periferias dependem dos centros.
Elas fornecem mão-de-obra barata (migração, êxodo rural). As ditas periferias fornecem também
matérias-primas baratas e compram nas cidades os produtos caros.
No caso, a região atingida pela Barragem de Itaipu,
vem apresentando um contraste, poucas vezes questionados pelos
ambientalistas.
Afora, questões como
impacto ambiental, não vemos um ecologista falando em defesa do produtor rural
que foi afastado da área, deslocado para outras regiões, sofrendo até com a
ausência da cultura, onde até cemitérios foram abandonados, a falta das
reuniões familiares, aqui também reside um impacto cultural, que exigia longo
período de adaptação.
No caso do
produtor que possuía títulos de propriedade o problema até certo ponto foi
contornado com uma indenização que bem ou mal, agradando uns e desagradando
outro foi pago.
Todavia, tem aqueles, que não possuíam documentos de
propriedade da terra, diga-se de passagem, os legítimos donos, descendentes,
dos que aqui estavam, quando Cabral desembarcou e invadiu para dar início à
exploração da riqueza e condenar esse povo à miséria.
Os que não possuíam títulos, e tiveram suas
terras alagadas são os índios Avás Guaranis, que hoje definham num arremedo de
Reserva Indígena, em São Miguel do Iguaçu, abandonados pela sociedade, que hoje
assiste TV a Cabo, ligada a uma rede de energia gerada com o alagamento.
Lamentável, quando vemos no jornal (Voz da
Fronteira - Manchete de Capa - Índia Abandonado), “Os índios Avás
Guaranis abandonaram um bebê de apenas cinco meses de vida e pesando três
quilos numa propriedade rural em São Miguel do Iguaçu. A enfermeira contratada
pela prefeitura e que atende a comunidade de Santa Rosa do Ocoí, nas
proximidades da aldeia, localizou a criança e encaminhou à Casa Abrigo. O
promotor da Comarca convocou o cacique para dar informações sobre o caso. Os
índios Avás Guaranis costumam abandonar os filho quando a família não tem
alimentos. A aldeia se formou com as transferências dos indígenas, expulsos de
suas terras pela construção da barragem de Itaipu. A prefeitura de SMI auxilia
a tribo com alimentos, medicamentos, educação e roupas”.
Quando
dizemos que o impacto não é só ambiental, mas também cultural, reportamo-nos a
este caso; qual é a cultura indígena?
Qual foi o impacto da construção da Usina nesta tribo? Existe como mensurar isto? Hoje, vemos o índio abandonando o filho por
não poder alimentá-lo.
A cultura
indígena não diz que eles tinham pequenos plantios de mandioca, milho, etc.,
feitos pelas mulheres enquanto os homens caçavam e pescavam.
Para tanto, teriam eles necessidades de
manter suas reservas, mas, foram expulsos, e os ambientalistas que se dizem
movimento que visa defender o meio ambiente das agressões perpetradas pelo
homem (poluição do ar e das águas, matança de animais, desmatamentos etc.), não
se manifestam. Para esses ditos ambientalistas, que hoje aprovam o fechamento
da Estrada do Colono, para os apaniguados da UNESCO, para aqueles que se
preocupam com um papel escrito, “Patrimônio da Humanidade” uma pergunta. Do
dicionário dos senhores, do conceito de.
“Ecologia: parte da
biologia que estuda as relações entre os seres vivos com seu ambiente natural,
bem como de suas influências reciprocas”.
O índio foi excluído?
A visão que temos deste quadro todo é de um
ambientalismo barato, demagógico, que esquece o elementar conceito de Ecologista: como cientista que se ocupa da ecologia: pessoa que
defende a natureza e o meio ambiente; ambientalista.
O
ilustre professor BUARQUE, C.
( 1990 ) em, A Desordem do
Progresso, pagina 9,
em Brasília, “ Em debate
com a lideranças de meninos de
rua, perguntei se sabiam que entre
índios não há crianças
abandonadas, e como explicavam isso. Sem
demora, um deles respondeu:
Porque os índios são civilizados. O que faz um menino abandonado, sem qualquer instrução, seja capaz dessa resposta, enquanto que a quase totalidade dos economista continua afirmando que a dicotomia de uma rua que começa em Itaipu e termina no semáforo com os pedintes é mais civilizada do que a harmonia de uma tribo indígena? Afirmando que a extinção dos elefantes será um fato econômico positivo? “
O que não fica bem
claro nas manifestações de
ambientalistas, é quem eles querem preservar
ou beneficiar.
Não conseguimos
entender como separar o homem das questões ambientais, preocupando-se com a
extinção de animais, violação do habitat.
Isso tudo não faz parte de um conjunto, onde o homem deve interagir?
Aqueles que morrem em filas de hospitais, sem
atendimento, os que morrem em assaltos não fazem parte do meio. Para nós o homem deve interagir com o meio
ambiente e dele retirar o seu sustento, para que não tenha que abandonar seus
filhos. E por fim, a subalimentação e a
fome fazem parte de um sistema complexo constituído por numerosos componentes
de ordem social, agrícola, econômica e ecológica.
A
fome ocorre porque a alguns falta o poder aquisitivo para adquirir o que outros
têm em excesso: a fome é um problema de distribuição e justiça social, um
problema do meio em que vivemos.
http://marretadoiguacu3.blogspot.com.br/2011/10/estrada-dos-colonos-economia-x-ecologia.html
ResponderExcluirSTRAHM, RUDOLF H. (1992) EM SUA OBRA, DESENVOLVIMENTO - POR QUE SOMOS TÃO POBRES?