quinta-feira, 27 de junho de 2013

A Economia X Ecologia e os Ambientalistas


A necessidade da geração de energia elétrica para a sustentação da base produtiva no Brasil, na década de 70, período do Milagre Econômico, constituía-se ponto de honra para a redução de um dos pontos de estrangulamentos da economia.  
Desse período a ideia contemplada em política e planejamento econômico, em  que o Estado  devia  projetar e  construir  grandes obras,   até  para  que se amenizasse um problema  que  vinha  se agravando  pouco a pouco, o  desemprego.   
Concebe-se a construção de Itaipu, como alternativa para fazer frente ao gargalo do desenvolvimento da indústria.    Com o início dos trabalhos, os problemas foram surgindo, impactos ambientais, desapropriação de terras, êxodo rural, o surgimento de favelas, deslocamento de contingentes enormes de trabalhadores em busca de um lugar ao sol.
Na busca pela industrialização, correndo atrás dos ricos, os países do Terceiro Mundo, centros e periferias, acaba alcançando um modelo onde se agrava as diferença de níveis de rendas.
Essas diferenças despertaram  a atenção de estudiosos,  como  STRAHM,  Rudolf H. (1992)  em sua  obra,    Desenvolvimento   -   Por que somos  tão pobres?No plano geográfico, os centros representam as aglomerações, no plano econômico as regiões industrializadas, e no plano social as camadas superiores da sociedade. Por periferia se entende as regiões marginalizadas, as favelas que circundam as cidades, assim, como o interior dos países”.
O citado autor aprofunda ainda mais seu estudo, e, dá ênfase à questão, reforçando o conceito de periferia, nos países em desenvolvimento, são as regiões pobres do interior, as favelas, os grupos marginais e os desempregados atraídos pelas cidades. Para ele, no plano econômico, as periferias dependem dos centros.  Elas fornecem mão-de-obra barata (migração, êxodo rural).  As ditas periferias fornecem também matérias-primas baratas e compram nas cidades os produtos caros.
No caso, a região atingida pela Barragem de Itaipu, vem apresentando um contraste, poucas vezes questionados pelos ambientalistas.  
Afora, questões como impacto ambiental, não vemos um ecologista falando em defesa do produtor rural que foi afastado da área, deslocado para outras regiões, sofrendo até com a ausência da cultura, onde até cemitérios foram abandonados, a falta das reuniões familiares, aqui também reside um impacto cultural, que exigia longo período de adaptação.  
No caso do produtor que possuía títulos de propriedade o problema até certo ponto foi contornado com uma indenização que bem ou mal, agradando uns e desagradando outro foi pago.
Todavia, tem aqueles, que não possuíam documentos de propriedade da terra, diga-se de passagem, os legítimos donos, descendentes, dos que aqui estavam, quando Cabral desembarcou e invadiu para dar início à exploração da riqueza e condenar esse povo à miséria.   
Os que não possuíam títulos, e tiveram suas terras alagadas são os índios Avás Guaranis, que hoje definham num arremedo de Reserva Indígena, em São Miguel do Iguaçu, abandonados pela sociedade, que hoje assiste TV a Cabo, ligada a uma rede de energia gerada com o alagamento.    
Lamentável, quando vemos no jornal (Voz da Fronteira - Manchete de Capa - Índia Abandonado), “Os índios Avás Guaranis abandonaram um bebê de apenas cinco meses de vida e pesando três quilos numa propriedade rural em São Miguel do Iguaçu. A enfermeira contratada pela prefeitura e que atende a comunidade de Santa Rosa do Ocoí, nas proximidades da aldeia, localizou a criança e encaminhou à Casa Abrigo. O promotor da Comarca convocou o cacique para dar informações sobre o caso. Os índios Avás Guaranis costumam abandonar os filho quando a família não tem alimentos. A aldeia se formou com as transferências dos indígenas, expulsos de suas terras pela construção da barragem de Itaipu. A prefeitura de SMI auxilia a tribo com alimentos, medicamentos, educação e roupas”.    
Quando dizemos que o impacto não é só ambiental, mas também cultural, reportamo-nos a este caso; qual é a cultura indígena?   Qual foi o impacto da construção da Usina nesta tribo?  Existe como mensurar isto?   Hoje, vemos o índio abandonando o filho por não poder alimentá-lo.    
A cultura indígena não diz que eles tinham pequenos plantios de mandioca, milho, etc., feitos pelas mulheres enquanto os homens caçavam e pescavam.  
Para tanto, teriam eles necessidades de manter suas reservas, mas, foram expulsos, e os ambientalistas que se dizem movimento que visa defender o meio ambiente das agressões perpetradas pelo homem (poluição do ar e das águas, matança de animais, desmatamentos etc.), não se manifestam. Para esses ditos ambientalistas, que hoje aprovam o fechamento da Estrada do Colono, para os apaniguados da UNESCO, para aqueles que se preocupam com um papel escrito, “Patrimônio da Humanidade” uma pergunta.   Do dicionário dos senhores, do conceito de.

 “Ecologia: parte da biologia que estuda as relações entre os seres vivos com seu ambiente natural, bem como de suas influências reciprocas”O índio foi excluído?  
A visão que temos deste quadro todo é de um ambientalismo barato, demagógico, que esquece o elementar conceito de Ecologista: como cientista que se ocupa da ecologia: pessoa que defende a natureza e o meio ambiente; ambientalista.
            O ilustre  professor  BUARQUE, C.  ( 1990 ) em, A Desordem do Progresso,  pagina 9,  em Brasília,  “  Em debate  com a lideranças  de meninos de rua, perguntei  se sabiam  que entre  índios não há   crianças abandonadas, e como explicavam isso.  Sem demora, um deles respondeu:  
Porque os índios são civilizados. O que faz um menino  abandonado, sem  qualquer  instrução, seja capaz  dessa resposta, enquanto  que a quase  totalidade  dos economista  continua  afirmando  que a dicotomia  de uma rua que começa em Itaipu  e termina  no semáforo   com os pedintes  é mais civilizada do que   a harmonia  de uma tribo indígena?   Afirmando  que a extinção  dos elefantes  será um fato  econômico positivo? “     
           O que não fica bem claro  nas manifestações de ambientalistas, é quem eles querem preservar  ou beneficiar.   

            Não conseguimos entender como separar o homem das questões ambientais, preocupando-se com a extinção de animais, violação do habitat.   
             Isso tudo não faz parte de um conjunto, onde o homem deve interagir?  
          Aqueles que morrem em filas de hospitais, sem atendimento, os que morrem em assaltos não fazem parte do meio.  Para nós o homem deve interagir com o meio ambiente e dele retirar o seu sustento, para que não tenha que abandonar seus filhos.  E por fim, a subalimentação e a fome fazem parte de um sistema complexo constituído por numerosos componentes de ordem social, agrícola, econômica e ecológica.
            A fome ocorre porque a alguns falta o poder aquisitivo para adquirir o que outros têm em excesso: a fome é um problema de distribuição e justiça social, um problema do meio em que vivemos.



Um comentário:

  1. http://marretadoiguacu3.blogspot.com.br/2011/10/estrada-dos-colonos-economia-x-ecologia.html

    STRAHM, RUDOLF H. (1992) EM SUA OBRA, DESENVOLVIMENTO - POR QUE SOMOS TÃO POBRES?

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